sexta-feira, 20 de novembro de 2009

XIII GRUPO DE APOIO AO TDAH com incentivo à leitura

* DIA: 24 DE NOVEMBRO DE 2009 (TERÇA-FEIRA)

* HORA: 19 HORAS

* LOCAL: AVENIDA 28 DE SETEMBRO, 389 - 7º ANDAR – AUDITÓRIO

*BAIRRO: VILA ISABEL, RIO DE JANEIRO

* COORDENAÇÃO: DRA EVELYN VINOCUR

* PALESTRANTE CONVIDADA: TERESA PEREIRA – DIRETORA DE PROJETOS DO NDPC – NÚCLEO DE DESENVOLVIMENTO DO POTENCIAL COGNITIVO – CENTRO DE REPRESENTAÇÃO ICELP/ISRAEL. (O NDPC é constituído por profissionais das áreas de Psicologia e Psicopedagogia e tem como objetivo, otimizar o desenvolvimento das habilidades intelectuais dos indivíduos, independente da idade e do grau de dificuldade apresentado na aprendizagem. Atua nas áreas escolar, clínica, empresarial e social, desenvolvendo projetos educacionais no terceiro setor).

Cada vez mais, os grupos psicoeducativos tem se mostrado um forte ponto de encontro para a divulgação, entendimento, apoio e referência para pessoas com transtornos. Assim, parentes, familiares e amigos de pessoas com TDA/H se beneficiam muito desse tipo de encontro. No grupo, experiências, conflitos, culpas e vivências são compartilhadas. Você vai ouvir depoimentos e se quiser, dar o seu relato. O grupo é de extrema relevância e promove uma maior compreensão do que é o TDAH, como ele pode se manifestar (nas várias idades, seus diferentes subtipos), etc.
É importante ressaltar também que o TDAH apresenta excelente resposta ao tratamento medicamentoso. Falarmos sobre medicamentos e mitos acerca do tratamento do TDAH é de grande valia, pois o diagnóstico e tratamento precoces e corretos são parte fundamental para um vida com mais qualidade.
Os participantes receberão folders explicativos do TDA/H. Sortearemos o livro TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO do Prof. José Salomão Schwartzman, Professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, SP. Ao final do grupo, um lanche é servido aos participantes.
Telefone: (21) 2576-5198 Para saber mais, acesse: www.evelynvinocur.com.br e o
www.tdahemfoco.com.br

Favor confirmar presença.

domingo, 11 de outubro de 2009

COMO FOI O ENCONTRO GAB - GRUPO DE APOIO AO TRANSTORNO BIPOLAR PARA CRIANÇAS, ADOLESCENTES E ADULTOS, DO DIA 06 DE OUTUBRO DE 2009.

Na terça-feira passada, dia 06 de Outubro de 2009, foi realizado mais um encontro do GRUPO GAB, ou Grupo Afetivo Bipolar, em Vila Isabel.

O grupo é moderado pela neuropsiquiatra EVELYN VINOCUR, que atende crianças, adolescentes e adultos com transtornos de ordem emocional. Estiveram presentes cerca de vinte participantes, entre familiares e portadores, inclusive adolescentes.

*** POR VONTADE DO GRUPO, EM TODOS OS ENCONTROS DO GAB, FAREMOS,
DAS 17 ÀS 18 HORAS, O GRUPO-DE-ESTUDOS GAB, ONDE ESTUDAREMOS AS TÉCNICAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS MAIS RECENTES PARA O MANEJO DO TRANSTORNO BIPOLAR.

*** SEGUIREMOS PREFERENCIALMENTE, O LIVRO QUE TAMBÉM FOI LANÇAMENTO DO SIMPÓSIO, QUE É VENCENDO O TRANSTORNO BIPOLAR.

**** A PARTIR DAS 15 HS, O AUDITÓRIO FICARÁ ABERTO PARA OS PARTICIPANTES QUE QUISEREM CHEGAR MAIS CEDO. VAI FICAR RESERVADO DAS 15 ÀS 17HS, PARA OS PARTICIPANTES, COMO UM ESPAÇO SOCIAL, UM GAB-POINT.

LEMBRANDO:
O PRÓXIMO ENCONTRO GAB SERÁ NO DIA 10 DE NOVEMBRO, AS 17 HORAS,
NO MESMO LOCAL.

QQ DÚVIDA = 21 2576-5198 // 21 9989-5798.
II SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR
NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
A DRA EVELYN VINOCUR participou do II Simpósio sobre Trasnstorno Bipolar na infância e Adolescência, realizado nos dias 24, 25 e 26 de Setembro de 2009. Psiquiatras importantes da infância estavam presentes, bem como o respeitável americano Prof. Bóris Bismaher, Psiquiatra infantil e pesquisador da Universidade de Pittsburg. O evento foi coordenado pela Dra Lee Fu I, do Instituto de Psiquiatria da Universidade de SP, que lançou seu segundo livro sobre o assunto.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

EVENTO REÚNE NOMES IMPORTANTES DA PSIQUIATRIA BRASILEIRA

A Dra Evelyn Vinocur estará em Campinas nos dias 11, 12 e 13 de Setembro de 2009, participando do Simpósio Local Medical Conference - LMC - sobre as Perspectivas Atuais em Psiquiatria 2009. Os temas em foco versarão sobre a prática clínica diária do psiquiatra que atua no tratamento da Esquizofrenia e Transtorno Afetivo Bipolar. Os palestrantes, pesquisadores e professores são de extrema relevância à psiquiatria brasileira, e o foco é garantir atualização científica de qualidade e promover a excelência da prática psiquiátrica no Brasil e no mundo.



A Dra. Evelyn Vinocur ministrou nos dias 08 e 10 de setembro de 2009, cinco palestras em homenagem à comemoração dos 50 anos do Colégio de Aplicação Dom Helder Câmara, da Universidade Universo, em Niterói. O tema foi sobre o TDA/H – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, por ser um transtorno intimamente relacionado ao comprometimento do rendimento acadêmico.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Adicionar esta notícia no Linkk



X GRUPO DE APOIO A PORTADORES E FAMILIARES DE TDAH NO RJ COM INCENTIVO À LEITURA.


No dia 03/08/09, realizamos mais um grupo de apoio a portadores, pais e familiares do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, no RJ, pela Dra Evelyn Vinocur. Tivemos, nesse dia, a presença de alguns professores, psicopedagogas e psicólogas no grupo. Próximo grupo: dia 14/ 09/ 09. Quer saber mais? tel: 021 2576-5198 ou pelo email: evelynvin@hotmail.com. Forte abraço a todos! Evelyn Vinocur.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Dra Evelyn Vinocur ao lado do Prof Joseph, no IV congresso da ABDA

O IV Congresso Internacional da ABDA, no Rio Othon Palace Hotel, RJ, contou com as palestras magníficas do Dr. Joseph Seargent sobre o TDAH.


quinta-feira, 30 de julho de 2009

CONGRESSO INTERNACIONAL DA ABDA - TDAH



A DRA EVELYN VINOCUR ESTARÁ PRESENTE NO CONGRESSO INTERNACIONAL DA ABDA, A SER REALIZADO NOS DIAS 31 DE JULHO E 1* DE AGOSTO DE 2009, NO HOTEL HOTON, COPACABANA.

domingo, 26 de julho de 2009


Celebridades com TDAH
Você pode ser muito bem sucedido, acredite, e veja a história de gente famosa e portadora de TDAH, que publicamente assumiram serem portadores do transtorno.
Albert Einsten lutou com dificuldades escolares. Thomas Edson teve muita dificuldade para se concentrar na escola e precisou sair da escola. Sua mãe o alfabetizou e deu aulas a ele. Apesar de ambos terem contribuído muito para o mundo, eles mesmo se consideram tendo dificuldades escolares e possivelmente o TDAH. Muita gente famosa ao longo da história apresentou sintomas de TDAH e ainda assim alcançaram muito sucesso e poder.
Hoje em dia, você se depara com muita gente com TDAH em todos os caminhos da vida. Doutores, advogados, empresários, atores e artistas. TDAH na significa insucesso ou incapacidade de atingir metas de vida. As vezes, criatividade e pensamento inovador ajudam as pessoas rumo ao sucesso.
O que se segue são histórias de sucesso de pessoas que publicamente já disseram ser portadores de TDAH. A lista está aqui para ajudar qualquer pessoa a entender que ser portador de TDAH não significa fracasso. Esperamos que esta lista possa ajudar você a lutar contra os sintomas do TDAH ao longo da vida.
Personalidades do Esporte
Terry Bradshaw
Terry Bradshaw was zagueiro do Pittsburgh Steelers e durante o tempo em que ficou time, ganhou quarto grandes prêmios, quatro taças para o seu time. Ele hoje trabalha como consultor de futebol e é co-patrocinador do Fox NFL Sunday. Terry Bradshaw tem o diagnóstico de TDAH e sofre de depressão.
Chris Kaman
Chris Kaman é o centro-avante do The Los Angeles Clippers. Quando seus pais procuraram ajuda médica, ele foi diagnóstico como portador de TDAH. Ele fez uso da Ritalina por muitos anos e hoje prefere lidar com seus sintomas através de estratégias comportamentais.
Hank Kuehne
Hank Kuehne venceu o campeonato do The U.S. Amateur em 1998 e regularmente joga golf no Canadian Tour. Hank foi um bebedor pesado de álcool na juventude e procurou tratamento aos 19 anos. Ficou sóbrio desde então. Ele atribui o seu beber pesado ao não diagnóstico de seus problemas de aprendizado e ao TDAH.
Cammi Granato
Cammi Granato venceu a medalha de ouro do hockey no gelo no Olympics. Ela compete no campeonato mundial desde 1990. Ao ser diagnóstico com TDAH, ela sentiu-se aliviada e entendeu as razoes de sua luta precoce, principalmente com problemas escolares. Seu TDAH, ela acredita, ajudou-a a vencer no hockey. O seu incansável jeito de ser contribuiu para o seu caminho rumo ao sucesso.

sábado, 25 de julho de 2009


25 dicas para você gerenciar bem o seu tempo.

Muitos adultos freqüentemente reclamam sobre a sua inabilidade para monitorar o seu tempo de modo eficaz. Seguindo essas dicas, você terá mais facilidade em lidar melhor com o tempo. Algumas dicas poderão não servir pra você, enquanto outras serão perfeitas pra você OTIMIZAR o seu tempo e ter controle sobre ele!


1. Escreva as suas metas: de curto prazo, médio prazo e as de longo prazo. Use as suas metas de curto prazo como a sua agenda diária, revendo-a toda a tarde e marcando as que foram completadas e o que ainda precisa ser feito.

2. Suas metas de longo prazo devem ser desmembradas em tarefas mais curtas e possíveis, para que elas possam ser incluídas como parte do seu diário de metas de curto prazo

3. Use um sistema de marcação de pontos, como A, B e C como um meio de priorizar suas tarefas. Na medida em que você for completando suas “coisas a fazer”, dê uma nota de prioridade a cada uma delas. Você vai saber número piscar de olhos, quais as tarefas mais importantes e que devem ser completadas primeiro.

4. Peça um tempo para refletir sobre qualquer pedido novo que demande seu tempo. Aprenda a dizer “não” para pedidos que não se encaixem dentro da sua planilha ou para aqueles pedidos onde você aha que não será capaz de dedicar a atenção necessária.

5. Trabalhe nas tarefas que você não queira fazer primeiro. Muitas pessoas acreditam que completando logo as tarefas mais chatas e desagradáveis, sentir-se-ão motivadas a completar mais tarefas ao longo do dia.

6. Use tecnologia pra te lembrar de eventos importantes. Use alarme do celular, calendários online para ajudar você a se lembrar de tarefas a completar ou de lugares que você precisa ir.

7. Delegue tarefas sempre que possível. Em casa, se tarefas podem ser delegadas ao cônjuge ou ao filho, então peça ajuda a eles. No trabalho, se for habilitado a delegar tarefas, delegue-as.

8. Use email quando possível. Um simples email pode substituir uma ligação telefônica de 10 ou mais minutes. O email vai funcionar se não atrapalhar você cumprir com os seus compromissos. Nesses casos, mande um email e sua tarefa estará completa em segundos.

9. Desligue o seu celular ou telefone de casa se você estiver no meio de uma tarefa a ser completada, para evitar interrupções. Você pode ouvir as mensagens mais tarde e retornar as ligações quando for mais conveniente pra você.

10. Reserve um tempo para você responder emails e retornar ligações, evitando assim interrupções em sua linha de raciocínio e concentração ao longo do dia.

11. Diminua a velocidade para ter certeza de que a tarefa será completada de modo correto da primeira vez. Repetir esforços não só é frustrante, como toma o dobro do seu tempo. Mesmo que uma tarefa esteja levando mais tempo do que você imaginou, é importante terminá-la corretamente da primeira vez.

12. Use um marcador de tempo (cronômetro) para mantê-lo no caminho certo. Isso ajuda se a pessoa tende ao hiperfoco nas tarefas com perda do controle do tempo. Acionar o cronômetro quando você tiver que mudar para a próxima tarefa pode ajudá-lo a manter-se no tempo.

13. Faça uma pausa e se exercite por alguns minutos, mesmo se o local de trabalho for estressante. Essa pequena pausa o ajudará a clarear a sua mente e lhe permitirá a ter um melhor foco.

14. Tenha a rotina de deletar emails desnecessários. Guardar emails que você não vai mais precisar pode te confundir e te deixar lento ou fazer com que você não comece a responder os emails necessários. Se você não sentir-se pronto para deletar emails, faça uma nova pasta e os arquive ali, de modo que você possa acessar rapidamente os novos emails.

15. Divida projetos extensos em pequenas tarefas e trabalhe com o objetivo de completá-los um de cada vez, para não ficar desgastado por conta de uma tarefa complexa e tediosa.

16. Conheça o seu próprio relógio interno. Saiba quando você trabalha melhor. Se você for mais produtivo na parte da manha, programe para completar suas tarefas mais difíceis nesse horário.

17. Procure maneiras de se distrair seja o que estiver fazendo. Achando algo divertido ou curioso em cada tarefa, você fará um trabalho melhor e mais rápido.

18. Tenha um notebook com você o tempo todo para anotar o que precisa ser terminado, datas que você precisa se lembrar ou outras informações importantes. Mais tarde, quando for preciso utilizar essas informações, você não perderá tempo tentando lembrá-las.

19. Repare no que você está fazendo agora de modo a você poder fazer mudanças e melhorar o modo como você gerencia o seu tempo. Se você está procrastinando, avalie a situação e reflita no que você está evitando. Uma vez você consiga chegar a um acordo, você será capaz de dar conta da tarefa mais facilmente.

20. Guarde pequenas tarefas com você para serem feitas enquanto você estiver aguardando numa fila, ou esperando por alguém.

21. Estabeleça data final pra você mesmo para os projetos e trabalhos que estejam dentro do período.

22. Tenha um calendário principal de modo que você possa olhar prospectivamente, seja na mesma semana ou no mesmo mês, e tentar planejar situações e respectivas soluções para situações que possam dar problemas futuros.

23. Acredite no seu julgamento. Pensamentos e críticas posteriores podem gastar o seu precioso tempo.

24. Programe seus dias de modo que tarefas rotineiras sejam terminadas no mesmo horário, todos os dias. Você achará que elas ficam mais rápidas na medida em que você ficar mais familiarizado com elas e aí poder operá-las bem mais rápido nas tarefas de rotina.

25. Se dê recompensas ao terminar cada tarefa.

EFEITOS CARDIOVASCULARES EM LONGO PRAZO COM ALTAS DOSES DO METILFENIDATO OROS EM JOVENS COM TDAH

Muita controvérsia existe sobre os efeitos de altas doses do metilfenidato de liberação controlada sobre o sistema cardiovascular de jovens com TDAH. É indicado que se observe o ECG, a pressão arterial sistólica e a diastólica e a freqüência cardíaca para esses pacientes. Um estudo foi feito na Universidade de Harvard, com 114 jovens portadores de TDAH que estavam usando doses acima de 1,5 mg/kg/dia. Os parâmetros vasculares foram repetidos dentro de seis semanas e seis meses após. Os resultados obtidos foram pequenos embora significativos, sobre alterações na pressão diastólica e na freqüência cardíaca na sexta semana, porém não foram encontrados nenhum aumento até a nova checagem, seis meses após. Vemos por esse estudo que houve um pequeno e significativo aumento na pressão arterial diastólica ao longo do tempo. Interessante ressaltar que 30% desses pacientes já haviam tido elevações isoladas da pressão arterial antes de fazerem parte desse estudo e que 15% deles tiveram três atendimentos consecutivos onde foi visto aumento da pressão arterial durante o tratamento com metilfenidato oros. Não houve alterações significativas nos parâmetros do ECG durante o tratamento. Também não houve efeitos colaterais sérios durante o estudo. Podemos concluir, através desse estudo, que o tratamento com doses relativamente elevadas de metilfenidato oros foi associada a um pequeno aumento da pressão arterial diastólica e freqüência cardíaca durante as seis primeiras semanas do tratamento, sem alterações clínicas significativas no ECG. E que essas observações são consistentes com estudos anteriores usando doses mais baixas de metilfenidato.

ADAPTADO DE:
Hammerness P, Wilens T, Mick E, Spencer T, Doyle R, McCreary M, Becker J, Biederman J.
Clinical and Research Program in Pediatric Psychopharmacology, Massachusetts General Hospital and Harvard Medical School, Boston, MA 02138, USA. phammerness@partners.org

domingo, 12 de julho de 2009



IV CONGRESSO INTERNACIONAL DA ABDA


(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO DÉFICIT DE ATENÇÃO)






DIA = 31 de Agosto e 1 de Setembro de 2009



A Dra Evelyn Vinocur participará do quarto congresso internacional sobre o transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, que acontecerá no Hotel Rio Othon e contará com a presença de ilustres especialistas internacionais.

IV CONGRESSO INTERNACIONAL DA ABDA - (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO DÉFICIT DE ATENÇÃO)
02/07/2009

A Dra Evelyn Vinocur participará do quarto congresso internacional sobre o transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, que acontecerá no Hotel Rio Othon e contará com a presença de ilustres especialistas internacionais.

sábado, 11 de julho de 2009


TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA
Conceito
Lorna Wing definiou o autismo como uma síndrome que apresenta comprometimentos em três importantes domínios do desenvolvimento humano: a comunicação, a sociabilização e a imaginação. A isto, ela deu o nome de tríade.
Desvios qualitativos da comunicação
Caracterizada pela dificuldade em utilizar com sentido todos os aspectos da comunicação verbal e não verbal. Isto inclui gestos, expressões faciais, linguagem corporal, ritmo e modulação na linguagem verbal.
Portanto, dentro da grande variação possível na severidade do autismo, poderemos encontrar uma criança sem linguagem verbal e com dificuldades na comunicação por qualquer outra via - isto inclui ausência de uso de gestos ou um uso muito precário dos mesmos; ausência de expressão facial ou expressão facial incompreensível para os outros e assim por diante - como podemos, igualmente encontrar crianças que apresentam linguagem verbal, porém esta é repetitiva e não comunicativa.
Muitas das crianças que apresentam linguagem verbal repetem simplesmente o que lhes foi dito. Este fenômeno é conhecido com ecolalia imediata. Outras crianças repetem frases ouvidas há horas, ou até mesmo dias antes (ecolalia tardia).
É comum que crianças com autismo e inteligência normal repitam frases ouvidas anteriormente e de forma perfeitamente adequada ao contexto, embora, geralmente nestes casos, o tom de voz soe estrando e pedante.
Desvios qualitativos na sociabilização
Este é o ponto crucial no autismo e o mais fácil de gerar falsas interpretações. Significa a dificuldade em relacionar-se com os outros, a incapacidade de compartilhar sentimentos, gostos e emoções e a dificuldade na discriminação entre diferentes pessoas.
Muitas vezes a criança que tem autismo aparenta ser muito afetiva, por aproximar-se das pessoas abraçando-as e mexendo, por exemplo, em seu cabelo ou mesmo beijando-as quando na verdade ela adota indiscriminadamente esta postura, sem diferenciar pessoas, lugares ou momentos. Esta aproximação usualmente segue um padrão repetitivo e não contém nenhum tipo de troca ou compartilhamento.
A dificuldade de sociabilização, que faz com que a pessoa que tem autismo tenha uma pobre consciência da outra pessoa, é responsável, em muitos casos, pela falta ou diminuição da capacidade de imitar, que é uns dos pré-requisitos cruciais para o aprendizado, e também pela dificuldade de se colocar no lugar de outro e de compreender os fatos a partir da perspectiva do outro.
Pesquisas mostraram que mesmo nos primeiros dias de vida um bebê típico prefere olhar para rostos do que para objetos. Através das informações obtidas pela observação do rosto dos pais, o bebê aprende e encontra motivação para aprender. Já o bebê com autismo dirige sua atenção indistintamente para pessoas e para objetos, e sua falha em perceber pessoas faz com que perca oportunidades de aprendizado, refletindo em um atraso do desenvolvimento.
Desvios qualitativos na imaginação
Se caracteriza por rigidez e inflexibilidade e se estende às várias áreas do pensamento, linguagem e comportamento da pessoa. Isto pode ser exemplificado por comportamentos obsessivos e ritualísticos, compreensão literal da linguagem, falta de aceitação das mudanças e dificuldades em processos criativos.
Esta dificuldade pode ser percebida por uma forma de brincar desprovida de criatividade e pela exploração peculiar de objetos e brinquedos. Uma criança que tem autismo pode passar horas a fio explorando a textura de um brinquedo. Em crianças que têm autismo e têm inteligência preservada, pode-se perceber a fixação em determinados assuntos, na maioria dos casos incomuns em crianças da mesma idade , como calendários ou animais pré-históricos, o que é confundido às vezes com nível de inteligência superior.
As mudanças de rotina, como de casa, dos móveis, ou até mesmo de percurso, costumam perturbar bastante algumas dessas crianças.
Espectro do Autismo
O Autismo não é uma condição de "tudo ou nada"; ao contrário, é visto como um continuum que vai do grau leve ao severo. Existe uma grande associação entre autismo e retardo mental, desde o leve até o severo, sendo que considera-se que a gravidade do retardo mental não está necessariamente associada à gravidade do autismo.
A palavra autismo atualmente pode ser associada a diversas síndromes. Os sintomas variam amplamente, o que explica por que atualmente refere-se ao autismo como um espectro de transtornos
Dentro deste espectro encontramos sempre a tríade de comprometimentos que confere uma característica comum a todos eles. Alguns são diagnosticados simplesmente como autismo, traços autísticos, etc, ou Síndrome de Asperger (considerado por muitos como o autismo com inteligência normal). Além destes, existem diversas síndromes identificáveis geneticamente ou que apresentam quadros diagnósticos característicos, que também estão englobadas no Espectro do Autismo.
VISÃO ATUAL:

UM CONCEITO EM TRANSFORMAÇÃO
Introdução
As mudanças na forma de conceber o autismo estão ainda intimamente atreladas às mudanças conceituais na Psiquiatria, especialmente concernentes ao diagnóstico e classificação, mais recentemente à pesquisa em diversas disciplinas.
Fazendo um breve resumo do prefácio do manual de Almeida e cols (1996):
- Somente em meados do século XIX, a doença mental passou a ser objeto de estudo e investigação sistemática, especialmente na Europa, passando por um “período científico-naturalista”. Como a medicina orgânica, a medicina mental tentou inicialmente decifrar a essência da doença agrupando os sinais que a indicavam, constituindo-se assim uma sintomatologia. Por outro lado, constituiu-se também uma nosografia, onde são analisadas as próprias formas da doença, descritas as fases de evolução e restituídas as variantes que ela possa apresentar. Podemos ser dito que Kraepelin e Freud ajudaram a delimitar a abordagem clínica da doença mental do ponto de vista biológico e psicológico, respectivamente. Entretanto, a introdução do método fenomenológico por Karl Jaspers (1883-1969) contribuiu para estabelecer as bases da psicopatologia moderna.
- A partir do final da década de 40, a psiquiatria passa para a “era dos psicotrópicos”, a partir da descrição de John Cage da surpreendente eficácia dos sais de lítio no tratamento de pacientes com transtorno bipolar do humor. Sendo assim, num período de 10 anos, três grandes classes farmacológicas haviam sido descritas: antimaníacos, antipsicóticos e antidepressivos - tendo tal impacto sobre o tratamento e compreensão da doença mental, que estes nunca mais seriam os mesmos (Almeida e cols, 1996). Com a ajuda da medicação, o número de leitos e asilos psiquiátricos caiu vertiginosamente nas décadas subseqüentes, culminando na “era do cuidado comunitário”.
- A partir dos anos 60 e 70, o tratamento de pessoas com transtornos mentais migrou dos asilos para os ambulatórios, e em alguns locais, para a própria comunidade. Sendo que um dos objetivos do tratamento seria a reinserção plena do doente mental. Surge então, a antipsiquiatria, que questionava a própria razão de ser da psiquiatria, ou seja, questionava a existência da doença mental.
- Atualmente a psiquiatria estaria embarcando na “era científica”, onde uma relação mais direta entre clínica e pesquisa, aliada a novas “armas metodológicas” seriam promotoras potenciais de avanços significativos na clínica, manejo e investigação das doenças mentais. Salientam a importância do descobrimento dos fatores de risco e etiológicos das doenças mentais. Em relação à metodologia destacam: a) o aperfeiçoamento das técnicas de investigação epidemiológica, quanto ao delineamento e instrumentos de investigação e análise, incluindo técnicas estatísticas sofisticadas; b) a modificação das técnicas usadas em ensaios clínicos permitindo a avaliação da eficácia e efeitos colaterais de novos grupos de psicofármacos; c) a introdução de métodos de neuroimagem funcional e estrutural viabilizando o estudo do cérebro de pacientes acometidos in vivo; d) estudos anatômicos usando técnicas imuno-químicas têm permitido a abertura de novas perspectivas de compreensão de várias doenças mentais e e) técnicas de genética e biologia molecular têm sido usadas para desvendar os genes e a patogênese envolvidos em diversas doenças mentais. Observam que a partir deste momento a psiquiatria tornou-se uma especialidade multidisciplinar extremamente complexa.
- Concluem que ao que tudo indica, até o momento, foram dados apenas os primeiros passos para o que possa vir a ser uma reformulação radical da noção de doença mental. Entretanto, as grandes questões filosóficas permanecem, por exemplo, a relação mente/cérebro e objetivo/subjetivo ainda não foi resolvida.
A este respeito Sonenreich (1996) comenta a necessidade da psiquiatria de não se fixar em ideais como: “tudo parte da observação e a descrição rigorosa é o único instrumento científico” (p.2). Também enfatiza a necessidade de superação do dualismo:
“Na psiquiatria falamos de atividade psíquica e atividade cerebral como se fossem realidades em si, diferentes, precisando ser abordadas por instrumentos diferentes.Quem quer ultrapassar o dualismo acha que deve ou considerar a mente como produto do cérebro, ou o cérebro como produto da mente. Os estudos neurofisiológicos demonstram de maneira convincente que noções como causa-efeito, antes-depois, parte-todo, psicogênico-biológico precisam ser reformuladas. Falar de processos cerebrais e processos psíquicos é adotar certo modo de encarar os problemas, certo ponto de vista, certo nível de abordagem. Não significa que tratamos de realidades diferentes, eventualmente independentes. Para nos, a psiquiatria é um corpo de saber científico que se aplica a uma realidade, mas não se identifica com ela, não decorre dela. Como a física, a matemática: são ciências e não a mesma coisa que o objeto estudado, medido, calculado” (Sonenreich, 1996 p. 2).
Sistemas Atuais de Classificação em Psiquiatria
Os sistemas classificatórios mais usados em nossos dias e praticamente “oficiais” para pesquisa, periodicamente revisados e representando um consenso entre profissionais são o DSM – “Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders[1]”, desenvolvido pela Associação Americana de Psiquiatria e o CID - Classificação Internacional de Doenças, desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde. Atualmente DSM encontra-se na 4ª versão (DSM-IV), ou 5ª versão se consideramos o DSM-IV-TR (2002), e o CID na 10ª versão.
Segundo Jorge (1996), é tido como o ideal uma classificação etiológica baseada na compreensão patogênica da cada transtorno mental. Entretanto considera esta tarefa um tanto difícil, em face à multiplicidade de fatores que determinam o aparecimento de um transtorno mental. Segundo Lotufo Neto e cols (1995), a psiquiatria está na fase de descrição de síndromes – ou a etiologia não é conhecida, ou quando conhecida, ela é multifatorial.
Segundo Campos (1999), o objetivo principal dos códigos de classificação é psibilitar a comunicação dentre os diversos tipos de profissionais não somente pesquisadores, mas também clínicos e institucionais. Existe também a afirmação, contestável, que por serem descritivos – dando ênfase nos comportamentos e achados clínicos - os manuais seriam “ateóricos”, podendo então ser usados por profissionais independentemente da orientação.
Os códigos de classificação das doenças mentais optaram pela descrição dos quadros. Ao invés de operar com entidades nosológicas[2], estes sistemas têm preferido operar com descrições sindrômicas, devido à dificuldade de se estabelecer uma relação de causa e efeito entre os fatos e as manifestações. Sendo assim, sinais e sintomas devem ser agrupados de forma a constituir uma síndrome, que terá diferentes padrões de evolução na dependência das múltiplas causas que podem determiná-la. Desta forma, diversas doenças podem manifestar-se através de um mesmo quadro sindrômico. Por esta razão, os atuais sistemas de classificação têm usado o termo “transtornos” (“disorders”) mentais e não “doenças” mentais. Segundo a definição do CID-10 (OMS, 1992), a definição de transtorno mental se refere a:
“...um conjunto de sintomas ou comportamentos clinicamente reconhecíveis associado, na maioria dos casos, a sofrimento e interferência com funções pessoais” (p.5).
É importante ainda ressaltar que a definição do patológico em psiquiatria deriva de duas posições clássicas da Medicina:
1. A medicina Hipocrática é dimensional, entendendo a doença como um estado em um continuum que também inclui a sanidade.
2. A medicina Platônica é categorial, definindo as doenças como estados típicos, distintos uns dos outros e do estado de sanidade. Ela nos remete a entidades discretas, com limites claros e qualitativamente definidos. No entanto há dois modelos de classificação categorial:
a. Clássica ou tradicional - é um modelo determinístico, onde a pertinência é homogênea, os limites são distintos e se ajustam perfeitamente às categorias;
b. Prototípica - é um modelo probabilístico, onde a pertinência é heterogênea, os limites se sobrepõem e se ajustam apenas parcialmente às categorias.
A proposta dos atuais sistemas de classificação tende se ajustar mais ao segundo modelo (platônico, categorial e prototípico), onde seus constituintes são protótipos de transtornos mentais (Jorge, 1996).
Etmologicamente o termo diagnóstico tem origem grega e significa reconhecimento. Ele deveria ter os seguintes objetivos e funções: constituir uma categoria para o conhecimento, se constituir em instrumento de comunicação, possibilitar uma previsão (prognóstico) e se constituir em fundamento de uma atividade (função social do diagnóstico). Estes têm o papel de orientar as condutas terapêuticas e de se prestar à definição de políticas de saúde adequadas ao perfil nosológico de uma determinada coletividade (Jorge, 1996). Em psiquiatria o processo diagnóstico envolve as diversas fases componentes de uma avaliação psiquiátrica.
Evolução da Terminologia, classificação e construção do conceito
Em conceito o diagnóstico de autismo não mudou substancialmente desde a primeira formulação, ocorreram sim muitas mudanças na maneira de interpretá-lo, o que resultou num número muito maior de pessoas diagnosticadas com autismo (Tager-Flusberg, Joseph e Folstein, 2001) .
Durante as últimas décadas as mudanças nos conceitos de autismo têm sido “capturadas” nas diferentes edições do DSM e do CID. Cabe aqui lembrar que a Escola Psiquiátrica Francesa remete o autismo a um defeito na organização ou desorganização da personalidade, mantendo-se fiel à concepção do que foi o termo psicose (Houzel, apud Assumpção Jr., 1995). Da mesma forma que a nona revisão do CID (Misés, apud Assumpção Jr., 1995).
Nos sistemas de classificação oficiais o termo “autismo” como condição de acometimento na infância, só aparece após mais de 20 anos da primeira publicação de Kanner. Na primeira menção, no CID-8[3], é classificado com um subgrupo das esquizofrenias (Wing e Potter, 2002).
As primeiras alterações desta concepção surgem em 1976, a partir do famoso livro de Ritvo sobre autismo, onde ele associa o autismo a déficits cognitivos, considerando-o um distúrbio do desenvolvimento e não uma psicose (Assumpção Jr, 1995; Assumpção Jr e Pimentel, 2000).
Em 1979, Wing e Gould terminaram o famoso estudo epidemiológico de Camberwell. O objetivo do estudo foi de
Investigar toda a amplitude de fenômenos clínicos nas crianças para verificar se as síndromes nomeadas na literatura poderiam ser identificadas e separadas umas das outras e de outros transtornos da infância. Para observar qualquer mudança que poderia ocorrer com a passagem do tempo as crianças foram então acompanhadas até a adolescência ou início da vida adulta.
Uma limitação deste estudo foi que as crianças elegíveis foram procuradas somente dentre aquelas que freqüentando escolas especiais e classes especiais. Conseguiram detectar um grupo de crianças que apresentavam perturbações sociais e interação social comprometida e anormal para qualquer idade mental. Seus níveis de inteligência abrangiam toda a amplitude, desde retardo profundo até normal, embora a maioria tinha retardo mental. O comprometimento social deste grupo estava diretamente associado aos comprometimentos da interação social, da comunicação social de duas vias (bidirecional) e imaginação social.
Incidência
A Incidência do autismo varia de acordo com o critério utilizado por cada autor. Bryson e Col., em seu estudo conduzido no Canadá em 1988, chegaram a uma estimativa de 1:1000, isto é, em cada mil crianças nascidas uma teria autismo. Segundo a mesma fonte, o autismo seria duas vezes e meia mais freqüente em pessoas do sexo masculino do que em pessoas do sexo feminino. Segundo informações encontradas no site da ASA – Autism Society os América (http://www.autism-society.org/site/PageServer, 1999), a incidência seria de 1:500, ou 2 casos a cada 1000 nascimentos. De acordo com o órgão norte-americano Center of Disease Control and Prevention (CDC, http://www.cdc.gov/) , o autismo afetaria de 2 até 6 pessoas em cada 1000, isto é, poderia afetar até 1 pessoa em cada 166. O autismo seria 4 vezes mais freqüente em pessoas do sexo masculino.O autismo incide igualmente em famílias de diferentes raças, credos ou classes sociais.
A “Tríade de comprometimentos"


Interação Social

Comunicação Imaginação


Comportamento:

rígido, repetitivo e estereotipado
A partir de pesquisas realidades na década de 1970 e destes resultados, e do interesse no trabalho de Asperger, Wing e Gould (1979) formularam inicialmente a noção de um continuum de gradação nitidamente relacionada com o grau de comprometimento cognitivo - e posteriormente nomeado de espectro do autismo (Gillberg e Gillberg, 1989) - cujas características essenciais comuns seria a noção de “Tríade de Comprometimentos” da interação social, comunicação e imaginação (Wing, 2005). A presença da tríade produziria um padrão de atividades e interesses rígidos, repetitivos e estereotipados (Quadro 1)
Existem outras características clínicas vistas em transtornos do continuum do autismo, não mencionadas nas várias séries de critérios essenciais para o diagnóstico. b As manifestações de cada item (numerados de 1 a 4 sob cada legenda) são pontos escolhidos arbitrariamente ao longo do continuum. Na verdade, cada um se mistura ao outro sem quaisquer divisões claras
O DSM-III (APA, 1980), marcou uma mudança importante no conceito de “autismo infantil”. Se nas edições anteriores do DSM (APA, 1952, 1968) o termo esquizofrenia infantil descrevia as crianças autísticas, a partir do DRM-III (APA, 1980), o autismo passou a fazer parte de uma nova classe de distúrbios com início na infância. Foi inserido na categoria geral das “Pervasive developmental disorders” - traduzida para o português como “distúrbios invasivos do desenvolvimento”, “distúrbios abrangentes do desenvolvimento” ou ainda “distúrbios globais do desenvolvimento”. O autismo saiu então das asas da esquizofrenia e das psicoses, para ser concebido como um transtorno do desenvolvimento.
Alguns autores observam que o conceito de “Pervasive developmental disorders” foi uma “tradução” um pouco diferente da tríade de Wing. O termo “persavive”, conservado pelas classificações oficiais, refere-se à idéia de que os comprometimentos da tríade “penetrariam ou atravessariam” todas as esferas da vida da criança, sendo provenientes de um distúrbio do desenvolvimento (Szatmari, 2000; Tisdmarsh e Volkmar, 2003).
AUTISMO CLÁSSICO
O Autismo é um distúrbio do desenvolvimento humano que vem sendo estudado pela ciência há seis décadas, mas sobre o qual ainda permanecem dentro do próprio âmbito da ciência divergências e grandes questões por responder. Há 20 anos, quando surgiu a primeira associação para o Autismo no país, o Autismo era conhecido por um grupo muito pequeno de pessoas, entre elas poucos médicos, alguns profissionais da área de saúde e alguns pais que haviam sido surpreendidos com o diagnóstico de Autismo para seus filhos.Atualmente, embora o Autismo seja bem mais conhecido, tendo inclusive sido tema de vários filmes de sucesso, ele ainda surpreende pela diversidade de características que pode apresentar e pelo fato de na maioria das vezes a criança autista ter uma aparência totalmente normal. O Autismo é uma síndrome definida por alterações presentes desde idades muito precoces, tipicamente antes dos três anos de idade, e que se caracteriza sempre por desvios qualitativos na comunicação, na interação social e no usa da imaginação. É comum pais relatarem que a criança passou por um período de normalidade anteriormente à manifestação dos sintomas. Quando as crianças com autismo crescem, desenvolvem suas habilidades sociais em extensão variada. Alguns indivíduos permanecem indiferentes, não entendendo muito bem o que se passa na vida social. Eles se comportam como se as outras pessoas não existissem, rejeitam o contato físico, olham através de você como se você não estivesse lá e não reagem a alguém que fale com eles ou os chame pelo nome. Freqüentemente suas faces mostram muito pouco de suas emoções, exceto se estiverem muito bravos ou agitados. São indiferentes ou têm medo de seus colegas e usam as pessoas como utensílios para obter alguma coisa que queiram. Outros indivíduos tornam-se extremamente passivos, mas amigáveis se a interação é iniciada por outra pessoa. Permanecem estranhamente distantes e desinteressados no que ocorre ao seu redor, outros, ainda, são do tipo esquisito, excêntrico, que se aproxima e interagem com as pessoas de forma inadequada, tocando-as, interrompendo-as e agindo de forma dissonante do contexto. Pessoas com esse distúrbio possuem dificuldades qualitativas na comunicação, interação social, e a imaginação (a chamada tríade), e consequentemente apresentam problemas comportamentais. Muita vezes o simples fato de querer ir ao banheiro e não conseguir comunicar a ninguém pode ocasionar problemas como auto-agressão ou agressão aos outros.
Algumas crianças apresentam diferentes graus de dificuldade, desde o início de suas vidas, para se relacionarem de forma recíproca com outras pessoas e interagirem diante de situações sociais. Essas crianças são portadoras de uma síndrome chamada autismo e suas características podem ser agrupadas na tríade principal: desvios qualitativos na comunicação, na interação social e no uso da imaginação.É importante destacar a existência de gradações na presença e intensidade dos sintomas, conferindo graus diferenciados de comprometimento no Autista, o chamado continuum autista. O autismo é uma inadequação no desenvolvimento que se manifesta de maneira grave, durante toda a vida. Aparece tipicamente nos primeiros anos de vida. Acomete 2 a 5 crianças em cada dez mil nascidos e é 2-4 vezes mais comum em meninos do que entre meninas. É encontrado em todo mundo e em famílias de toda configuração racial, ética e social. Não se conseguiu provar qualquer causa psicológica na etiologia do autismo. O que não significa que o meio seja ambiente inócuo. O prognóstico e o desenvolvimento da capacidade plena dessas crianças são influenciados pela forma como vivem (os cuidados que recebem e a estrutura da rede de apoio). A causa principal está relacionada a alterações biológicas, sejam hereditárias, ocorridas na gestação e/ou parto. Possivelmente, dessas alterações decorrem os erros no funcionamento cerebral. Entretanto, uma definição exata ainda não é possível. O diagnóstico é clínico, ou seja, dado por um profissional treinado, capaz de, através da observação e entrevista com pais e pacientes, identificar sinais e sintomas peculiares.Antes dos três anos de vida já são observados padrões de comportamento distintos em relação aos outros indivíduos da mesma idade. Ainda bebês, podem possuir alterações de sono deixando muitos pais surpresos com a quietude da criança ou com seu choro incessante; não se aninham e, inclusive, apresentam certa aversão ao contato físico; não imitam o gesto dos pais (como, por exemplo, acenar ao se despedir) ou apresentam movimentos antecipatórios (estender os braços visando ir a um dos pais); não mantêm contato visual e tendem a uma forma atípica de olhar e não compartilham um foco de atenção. À medida que vão crescendo, chama a atenção o fato de parecerem não escutar os comandos dados, haver uma ausência de medos reais, uma aparente insensibilidade à dor, uma forma diferente de andar - “na ponta dos pés” - e a presença de gestos estranhos (estereotipias) nas quais buscam conforto (como, por exemplo, balançar o tronco). Episódios de autoagressão podem acontecer. Podem apresentar hipersensibilidade a determinados sons e repetir imediata ou tardiamente frases e sons ouvidos (ecolalia). Podem apresentar, ainda, comportamento estranho e retraído; uma maneira inadequada de brincar; com ausência da reação de surpresa ou dificuldade para realizar o “faz de conta”; interesses específicos com persistência em girar objetos e habilidades especiais (hiperlexia ou ouvido absoluto, por exemplo); fascinação por água; crises de choro e angústia sem razões explicáveis; risos e gargalhadas fora do contexto e um retardo no desenvolvimento das habilidades motoras. Essas ocorrências servem como advertência para a necessidade de uma visão diferenciada pelos pais, educadores e médicos. Esses infantes indicam suas necessidades, quando o fazem, através de gestos e do uso das pessoas como instrumento para realizarem a ação desejada. Por fim, apresentam resistência a mudanças de rotina, não aprendendo através dos métodos usuais de ensino. Visando a uniformização do diagnóstico foram criadas diferentes escalas, além das definições mundialmente seguidas contidas na Classificação Internacional das Doenças. 10ª. Edição (CID 10) e no Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais. 4ª. Edição. (DSM-IV). Investigações laboratoriais devem ser realizadas visando o diagnóstico diferencial e o diagnóstico de possíveis comorbidades associadas.
Os principais exames solicitados são:

1.Sorologias

2. ECG

3. Avaliação oftalmológica/ ortóptica

4.Neuropsicológico

5. Pesquisa do X frágil/ Cariótipo

6. RNM de crânio

7. EEG

8. Erros inatos do metabolismo / teste do pezinho

9. Avaliação Audiológica
O diagnóstico precoce e a pronta intervenção não trazem a cura, mas, sem dúvida, promovem uma melhor qualidade de vida para esses pacientes e toda sua família.
SÍNDROME DE ASPERGER
Apresentação:
Apesar de ter sido descrita por Hans Asperger em 1944 no artigo “Psicopatologia Autistica na Infância” , apenas em 1994 a Síndrome de Asperger foi incluída no DSM-IV com critérios para diagnóstico.
Algumas das características peculiares mais frequentemente apresentadas pelos portadores da Síndrome de Asperger são:
- Atraso na fala, mas com desenvolvimento fluente da linguagem verbal antes do 5 anos e geralmente com:o Dificuldades na linguagem,o Linguagem pedante e rebuscada,o Ecolalia ou repetição de palavras ou frases ouvidas de outros,o Voz pouco emotiva e sem entonação.

- Interesses restritos: escolhem um assunto de interesse, que pode ser seu único interesse por muito tempo. Costumam apegar-se a mais às questões factuais do que ao significado. Casos comuns são interesse exacerbado por coleções (dinossauros, carros, etc.) e cálculos. A atenção ao assunto escolhido existe em detrimento a assuntos sociais ou cotidianos.

- Presença de habilidades incomuns como calculos de calendário, memorização de grandes seqüências como mapas de cidades, cálculos matemáticos complexos, ouvido musical absoluto etc.

- Interpretação literal, incapacidade para interpretar mentiras, metáforas, ironias, frases com duplo sentido, etc.

- Dificuldades no uso do olhar, expressões faciais, gestos e movimentos corporais como comunicação não verbal.- Pensamento concreto.

- Dificuldade para entender e expressar emoções.

- Falta de auto-censura: costumam falar tudo o que pensam.- Apego a rotinas e rituais, dificuldade de adaptação a mudanças e fixação em assuntos específicos- Atraso no desenvolvimento motor e freqüentes dificuldades na coordenação motora tanto grossa como fina, inclusive na escrita..

- Hipersensibilidade sensorial: sensibilidade exacerbada a determinados ruídos, fascinação por objetos luminosos e com música, atração por determinadas texturas etc.;

- Comportamentos estranhos de autoestimulação;

- Dificuldades em generalizar o aprendizado;

- Dificuldades na organização e planejamento da execução de tarefas.
Algumas coisas são aprendidas na idade “própria”, outras cedo demais, enquanto outras só serão entendidas muito mais tarde ou somente quando ensinadas.
Alguns pesquisadores acreditam que Sindrome de Asperger seja a mesma coisa que autismo de alto funcionamento, isto é, com inteligência preservada. Outros acreditam que no autismo de alto funcionamento há atraso na aquisição da fala, e na Síndrome de Asperger, não. Colocamos em anexo uma lista de critérios diagnósticos da Síndrome de Asperger elaborada pelo pesquisador sueco Christopher Gillberg.Muitas pessoas acreditam que a importância da diferenciação entre Síndrome de Asperger e Autismo de Alto Funcionamento seja mais de cunho jurídico do que propriamente para escolhas relacionadas ao tratamento.Por um lado, para algumas pessoas dizer, que alguém é portador de Síndrome de Asperger parece mais leve e menos grave do que ser portador de autismo, mesmo que de alto funcionamento – embora isto seja provavelmente uma ilusão. Por outro lado, associações de autismo em todo o mundo alegam que esta divisão em duas patologias diferentes enfraquece um movimento que necessita de tanto apoio como o dos que trabalham pelo autismo.

adaptado da ama - associação de amigos do autista.

sábado, 27 de junho de 2009


A neuropsiquiatra Dra Evelyn Vinocur apresentou dois posteres no XX Congresso da Abenepi, junho 2009, Campinas.

Grupo de apoio a pais e portadores de TDAH com incentivo à leitura dia 29 de junho 2009, segunda feira próxima!!!


local: Av 28 de Setembro 389 - sétimo andar - auditório - Vila Isabel - Rio de Janeiro - RJ
HORÁRIO: 20 hs


tel: 021 2576-5198 ou 021 7811-1694
O grupo de apoio a pais e portadores do TDAH será realizado na segunda-feira, dia 29 de junho de 2009, na próxima segunda -feira, as 20 HORAS.
Os nossos grupos tem sido um verdadeiro sucesso!
Portadores e familiares do Rio de Janeiro e de outras cidades do Estado do Rio comparecem ao grupo e a troca entre essas famílias enriquece muito o grupo.
Cada participante coloca as suas questões para o grupo que troca vivências, experiências, dúvidas e angústicas que vem sofrendo.
A neuropsiquiatra Dra Evelyn Vinocur e a Psicóloga Rita Tavares, ambas especialistas em Saúde Mental da Infância e Adolescência e Psicoeducação para criancas, jovens e adultos, realizam dinâmicas com o grupo, com o objetivo de avaliar funções de extrema importância no TDAH como atenção seletiva, atenção sustentada, perseveração, distratibilidade, inibição de impulsos inadequados, controle da impulsividade, habilidade social, resolução de problemas e outros.
É servido um lanche e ao final, sorteamos o livro NO MUNDO DA LUA, do Prof. Paulo Mattos.
Contamos com a presença de todos vocês para os próximos encontros.
Estamos promovendo, junto aos participantes, a realização de exercícios específicos em treinamento de habilidades sociais e resolução de problemas, uma vez que desenvolver as funções executivas nos portadores e mesmo nos familiares é de suma importância.
Tragam seus familiares e amigos!!


VAMOS DIVULGAR O GRUPO PARA QUE MAIS PESSOAS POSSAM ENTENDER MELHOR O QUE É O TDAH E SUAS CONSEQUENCIAS.


Um abraço a todos, e até segunda-feira, dia 29/06!


Evelyn Vinocur

quarta-feira, 17 de junho de 2009


Dra Evelyn Vinocur apresentou dois posteres sobre Transtorno Bipolar na infância e adolescência no Congresso da Abenepi.
A Dra Evelyn Vinocur participou do XX CONGRESSO DA ABENEPI, REALIZADO EM CAMPINAS ONDE APRESENTOU DOIS POSTERES SOBRE TRANSTORNO BIPOLAR NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA. O Congresso contou com a presença de cerca de 1500 psiquiatras da infância e adolescência e todos os temas foram abordados, com profissionais renomados na área.

Saúde mental sem atenção

O Jornal do Commercio, uma das principais publicações jornalísticas do estado de Pernambuco, veiculou hoje um editorial sobre a política de assistência em saúde mental no Brasil. O texto foi produzido com base em uma entrevista concedida à equipe do jornal pelo presidente da ABP, João Alberto Carvalho.

Leia abaixo o editorial:

Saúde mental sem atenção

Tomando por base o histórico da reforma da política de saúde mental no Brasil, ainda deve permanecer por um bom tempo a atualidade da entrevista, a este jornal, do pernambucano João Alberto Carvalho, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria. O processo lento das transformações exigidas numa área tão delicada como essa não é apenas lastimável, mas condenável. Como se os poderes públicos responsáveis pela saúde de todos os brasileiros não tivessem a noção da urgência que exigia a Lei 10.216, de 6 de abril de 2001, que deu uma nova direção à assistência em saúde mental, tendo por norte a extinção dos manicômios.Essa é uma história que vem de 1978, com o início de uma campanha, através do Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM), pelos direitos dos pacientes psiquiátricos. Passou a ser denunciada como escandalosa agressão aos direitos humanos a violência dos manicômios, parte de um cenário mais amplo e mais grave ainda, porque violência associada à mercantilização da doença mental, com o domínio de uma rede privada de assistência. Aqui mesmo, no Recife, se denunciava, então, o internamento de alcoólatras como portadores de transtornos mentais, submetidos a tratamento quimioterápicos muito próximos da lobotomia. Em 1987, o II Congresso Nacional do MTSM, em São Paulo, adotou como lema Por uma sociedade sem manicômio.Também em 1987 surgiu o primeiro Centro de Atenção Psicossocial, em São Paulo, e em Santos teve início um trabalho que se transformou no ponto de partida do processo de reforma psiquiátrica no Brasil. Ali o município passou a intervir em um hospital psiquiátrico onde se reproduzia o cenário comum a todo País, de maus-tratos e morte de pacientes. Foram implantados Núcleos de Atenção Psicossocial e criadas cooperativas com residências para os egressos do hospital. Dois anos depois, isto é, há 20 anos, o deputado Paulo Delgado, de Minas Gerais, deu entrada na Câmara Federal a projeto de lei regulamentando os direitos das pessoas com transtornos mentais e a extinção progressiva dos manicômios.A partir de 1992, movimentos sociais conseguiram aprovar em vários Estados as primeiras leis determinando a substituição progressiva dos leitos psiquiátricos e começa a se definir uma política do Ministério da Saúde para a saúde mental. O projeto do deputado Paulo Delgado, porém, só foi aprovado 12 anos depois, mais um sintoma da ausência de consciência nacional para o problema da saúde mental. Tanto que, com mais de uma década de reforma psiquiátrica ainda são encontrados hospitais lotados de portadores de doença mental. A questão foi dirigida ao presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria e ele explicou que houve nesse período a preconizada desospitalização, mas não foram progressivamente instalados ambulatórios e outras formas de hospitalização necess&a acute;rias e indicadas.Para o dirigente da entidade nacional de psiquiatria, a reforma não avançou porque faltou determinação para fazer em tempo apropriado a transição do sistema: “O discurso foi privilegiado. A lei existe e tecnicamente representa um avanço inédito, mas falta oferecer o que a lei determina”, disse João Alberto Carvalho. E como exemplo do descaso com que esse problema é visto, ele informa que a associação publicou em 2006 e entregou três vezes ao Ministério da Saúde diretrizes para um modelo de assistência em saúde mental, mas sem retorno. Faz parte dos estudos da associação o cuidado preventivo, com ações para crianças, escolas e populações de maior risco. Um modelo que não implica em grandes gastos, sequer uma pequeníssima fração do que se vai gastar par a organizar a Copa do Mundo de 2014. Mas essa é outra história.


NewsLetter da ABP de 10 de Junho de 2009

Associação Brasileira de Psiquiatria


Psiquiatras do Nordeste debatem neurociências
A cidade de Natal recebeu, de 4 a 6 de junho, a XIII Jornada Nordestina de Psiquiatria. O tema central do evento, que é organizado pela ABP em parceria com a Associação Norte-Riograndense de Psiquiatria (ANP), foi “Contribuições das Neurociências à Prática Clínica Psiquiátrica”.A presidente da federada, Myrna Maria Chaves, falou sobre as metas traçadas para a realização das atividades. “O tema da Jornada foi também o objetivo dos organizadores. Buscamos que o evento tivesse qualidade científica, para permitir a melhoria da prática clínica”, comentou.
Cerimônia de abertura foi realizada em auditório do hotel que abrigou o eventoPara o presidente da ABP, João Alberto Carvalho, os objetivos foram alcançados. “Apesar das grandes diferenças regionais, principalmente no âmbito econômico, a psiquiatria do Nordeste mantém suas qualidades científicas e institucionais, que ficam evidenciadas em oportunidades como essa”.Clínica e neurociênciasA programação científica teve atividades sobre temas variados e a participação de especialistas reconhecidos nacionalmente. Um dos principais destaques foi a conferência de abertura, apresentada pelo presidente da ABP, João Alberto Carvalho.Na apresentação, que teve como tema “As neurociências no contexto do mundo atual: contribuições e perspectivas”, ele falou sobre as falsas dicotomias que são relacionadas ao desenvolvimento científico. Segundo o especialista, os profissionais devem abandonar a ideia de que os avanços neurocientíficos podem excluir as questões emocionais na prática clínica em psiquiatria.As neurociências também foram tema de um curso que aconteceu na tarde do primeiro dia de evento. A atividade coordenada por Douglas Dogol Sucar, que também esteve à frente da Comissão Científica da Jornada, teve participação dos professores Márcio Tassino e Paulo Belmonte de Abreu.O evento abrigou outro curso, destinado a médicos do Programa Saúde da Família, sobre conceitos básicos da psiquiatria. As aulas foram divididas em dois módulos, nos quais foram apresentadas informações sobre transtornos de ansiedade, depressão, transtorno bipolar, transtornos alimentares, esquizofrenia, demências e dependência química. O secretário regional da ABP, José Anchieta Maciel, foi um dos professores.Durante a Jornada, foi realizado o I Encontro dos Residentes de Psiquiatria do Nordeste, que teve participação do coordenador da Comissão de Residência Médica da ABP, Ibiracy Camargo, e da 2ª secretária da instituição, Rosa Garcia Lima.No total, a programação científica da XIII Jornada Nordestina de Psiquiatria teve 15 mesas-redondas, 4 conferências, 2 cursos e uma sessão de pôsteres. Além dos nomes já citados, a Jornada teve participação de especialistas como os diretores da ABP Luiz Alberto Hetem, João Carlos Dias e Helio Lauar e os professores Marco Antonio Brasil, Helena Calil, Juarez Oliveira Castro, Rubens Santos Silva, Manuela Garcia, Jane Lemos, Everton Sougey, José Alves Gurgel e João Dummar Filho. NewsLetter da ABP de 08 de junho de 2009Associação Brasileira de Psiquiatria


Prevenção ao suicídio
A ABP iniciou mais um programa voltado ao esclarecimento da população sobre saúde mental. Na última sexta-feira (05/06), a Associação realizou um debate inédito com profissionais dos principais veículos de imprensa do país para discutir a abordagem do suicídio na mídia.O evento, que teve apoio da AMB, foi realizado na Hospitalar 2009 – a maior feira de saúde da América Latina. “A promoção do debate representa a conquista de um importante espaço para a discussão da saúde mental nesta grande feira do setor”, avaliou o presidente da ABP, João Alberto Carvalho.Segundo ele, o debate foi altamente produtivo. “Pudemos prestar esclarecimentos aos jornalistas e ouvir seus questionamentos e dificuldades”, comentou. Também participaram da atividade os psiquiatras Carlos Cais, de Campinas (SP), e Jair Segal, de Porto Alegre (RS), que abriu os trabalhos.O médico gaúcho expôs dados de uma pesquisa genética sobre o comportamento suicida e destacou informações significativas sobre o suicídio, que é a terceira causa de morte entre jovens (15-35 anos).O pesquisador também falou sobre a alta incidência do problema em algumas regiões, como o sul do País: Florianópolis e Porto Alegre estão entre as três capitais brasileiras com maior índice de suicídios.Segal ressaltou ainda que as mortes por suicídio encontram-se estáveis, ao contrário das outras causas externas de óbito, como acidentes de trânsito e homicídios. “Isso demonstra que faltam ações preventivas e políticas públicas, como as campanhas de educação no trânsito que tiveram reflexos positivos na sociedade”.
O psiquiatra também ressaltou que 90% das pessoas que cometeram suicídio tinham algum transtorno mental, o que demonstra uma possibilidade real de prevenção. Provocado pelos jornalistas presentes, Segal aprofundou a explicação sobre a neurobiologia na tentativa do suicídio, que correlaciona a atividade serotoninérgica a fatores genéticos, ao sexo masculino, a abusos na infância, uso de drogas e colesterol baixo. Papel da mídiaO psiquiatra apresentou estudos que demonstram o reflexo da abordagem do suicídio pela mídia no comportamento social. Uma das pesquisas citadas aponta que depois da exibição de uma série de TV, na Alemanha, cuja chamada mostrava jovens se jogando nos trilhos do metrô, o número de mortes por ato suicida, sob o mesmo cenário, aumentou cinco vezes naquele país. “Quando a série acabou o número de suicídios caiu, mas quando foi reprisada os casos voltaram a surgir”, afirmou Cais.O médico também apresentou boas práticas que podem ser adotadas pela imprensa no noticiário de mortes por suicídio. “Ao contrário do que de pensa, os veículos de comunicação têm de noticiar o suicídio. O problema está na maneira de como o fato é divulgado”, afirmou o psiquiatra paulista.Para Cais, o principal problema está na “glamourização” do ato suicida e na identificação de forma simplista da causa do ato. “Uma pessoa que comete suicídio após o fim de um relacionamento, por exemplo, apresenta um quadro muito mais complexo do que o apresentado na matéria. Também não é recomendável mostrar a comoção em torno desta morte porque pode associá-la a um ato de heroísmo”. DebateOs jornalistas mostraram-se interessados em receber orientações da ABP sobre como abordar o tema suicídio na mídia e fizeram sugestões, entre elas a expansão desta iniciativa junto a editores. “Foi um debate aberto, onde pudemos trocar ideias e, sobretudo, apresentar informação de qualidade a formadores de opinião. Esta é apenas a primeira de muitas ações da ABP nesse sentido”, afirmou João Alberto Carvalho.O presidente da Associação enfatizou que o objetivo do debate foi discutir alternativas para a ampliação do papel da mídia na prevenção ao suicídio e encontrar, em conjunto com os jornalistas, alternativas éticas para o esclarecimento da população.João Alberto também falou aos jornalistas que a ABP elegeu a prevenção ao suicídio como tema central das suas ações no período 2009-2010. Entre elas, destacam-se a publicação de um manual voltado para a população leiga, nos moldes do programa ABP Comunidade, além de folhetos e material educativo. “Também faremos uma campanha nacional de esclarecimento e prevenção ao suicídio, com uma série de entrevistas e um vídeo institucional”, explicou.Como sequência ao debate, a ABP vai incluir um novo capítulo – sobre suicídio – em seu Manual de Imprensa. NewsLetter da ABP de 08 de Junho de 2009 - Prevenção ao suicídio Associação Brasileira de Psiquiatria

sábado, 6 de junho de 2009


DRA EVELYN VINOCUR
ESTARÁ PRESENTE NO CONGRESSO DA ABENEPI 2009
A Dra Evelyn Vinocur estará participando de mais um congresso de psiquiatria e neurologia da infancia e adolescencia, em Campinas. A Dra Evelyn estará apresentando dois posteres no Congresso, sobre bipolaridade no escolar e ideação suicida em adolescente. Ela retorna no dia 14, domingo.

quinta-feira, 4 de junho de 2009


ABP assina parceria com Ministério Público de SP
Na próxima sexta-feira (05/06), representantes da Associação Brasileira de Psiquiatria e do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) assinarão um Termo de Cooperação Técnica. O documento oficializa um trabalho de colaboração entre as instituições no qual a associação médica deve oferecer subsídios técnicos para a atuação dos juristas na área de saúde mental.
O objetivo do acordo é fiscalizar e promover medidas para a melhoria das ações e serviços prestados, além de prezar pelo respeito aos direitos dos portadores de transtornos mentais. O texto detalha as atividades que serão desenvolvidas: além da assistência mútua em atividades de interesse conjunto, as instituições deverão promover palestras, cursos e seminários sobre aspectos relativos à assistência em saúde mental.
Assim, a Associação Brasileira de Psiquiatria se compromete a prestar orientação e apoio técnico para apurar fatos que possam configurar violação dos direitos dos doentes mentais ou a inadequada prestação de serviços de saúde mental, executados pelo Poder Público ou por entidades particulares.
Por sua vez, o Ministério Público do Estado de São Paulo fornecerá subsídios para a realização de ações conjuntas, visando a adequação das ações e serviços de saúde mental e a melhoria no atendimento das pessoas portadoras de transtornos mentais.
A oficialização da parceria acontecerá na sede do Ministério Público paulista, às 15h. O documento será assinado pelo Procurador-Geral de Justiça do MP-SP, Fernando Grella Vieira, e pelo presidente da ABP, João Alberto Carvalho.

domingo, 24 de maio de 2009

DISTÚRBIO RESPIRATÓRIO É COMUM NO TDAH E PODE PASSAR DESPERCEBIDO.
Criança com TDAH respira mal quando dorme.
O TDAH ou Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade é caracterizado por uma gama de problemas relacionados à falta de atenção, hiperatividade e impulsividade. Esses problemas são causados por alterações no desenvolvimento de algumas áreas cerebrais que funcionam mais lentamente, causando dificuldades à criança em sua vida diária. O TDAH é um distúrbio biopsicossocial, ou seja, é fortemente influenciado por fatores genéticos, biológicos, sociais e vivenciais, que contribuem para a intensidade dos problemas experimentados. Foi comprovado que o TDAH atinge 3% a 10% da população ao longo da vida. O diagnóstico precoce e tratamento adequado podem reduzir drasticamente os conflitos sociais, familiares, escolares, comportamentais e psicológicos vividos por essas crianças e seus familiares. Estudos mostram que através de um diagnóstico e tratamento corretos, um grande número dos problemas como repetência escolar, abandono dos estudos, depressão, distúrbios de comportamento, problemas vocacionais e de relacionamento, bem como abuso de drogas, pode ser adequadamente tratado ou até mesmo evitado. Sabemos que a presença outras patologias são a regra no curso do TDAH e não a exceção. Por isso devemos ficar atentos à problemas auditivos, visuais, transtornos de aprendizagem, distúrbios da coordenação motora, transtornos psiquiátricos diversos entre outros. Problemas dos sono estão presentes em percentual razoável nessas crianças, sendo comum a sonolência excessiva durante a tarde. Por isso, é fundamental a investigação sobre dos distúrbios obstrutivos respiratórios do sono em crianças com TDAH, uma vez que o problema dificulta as crianças de prestarem atenção e aprenderem o conteúdo das disciplinas escolares como os outros alunos. Alem disso, elas ficam agitadas ou às vezes apáticas, por conta do problema respiratório.O uso da telerradiografia em norma lateral como auxiliar no diagnóstico dos Distúrbios Obstrutivos Respiratórios do Sono em Crianças com TDAH foi desenvolvido pela Unicamp – SP e realizado em crianças com distúrbios de aprendizagem. Quando respiramos com dificuldade, a respiração alterada leva ao que chamamos de dessaturação, ou seja, prejuízo da oxigenação em áreas do cérebro como a área pré-frontal, que é a área mais comprometida no TDAH, agravando ainda mais o quadro.Como a criança não dorme bem, pode prejudicar a atenção, a conduta e o aprendizado. Por isso é importante a família e os professores terem informações sobre esse assunto e ficarem atentos aos alunos. Especialistas em TDAH precisam fazer uma triagem da parte respiratória em toda criança diagnosticada como tal. Se elas apresentam o problema, é importante diagnosticar se elas têm também os Distúrbios Obstrutivos Respiratórios do Sono, ou os dois. Avaliação odontológica é fundamental também, pois a criança pode ter atresia dos maxilares, o que acaba fragmentando a passagem do ar pelas vias aéreas e diminuindo o espaço de passagem do ar. Temos sempre que perguntar se a criança dorme bem, se ela ronca e se respira pelo nariz. Crianças que dormem de barriga para cima ficam com a ponta da língua baixa e não no céu da boca e podem ficar com a via aérea muito reduzida, até mesmo fechar em direção da garganta. a adenóide, as amígdalas e os maxilares. Importante também a avaliação da úvula, amígdalas e adenóides, além de desvio de septo. Não é normal a criança roncar, falar à noite, ter refluxo gastroesofágico, ranger os dentes (bruxismo), transpiração da cabeça e do tórax (excessiva), enurese noturna (fazer xixi na cama até 7 ou 8 anos) e movimento das pernas inquietas durante o sono, ou agitar as pernas e mãos durante o dia. Também podem apresentar problemas como a rinite alérgica crônica e amigdalites que atrapalham muito a respiração. Como a criança não consegue respirar de forma eficiente, ela tem um sono agitado e essa reação que ela apresenta é o corpo se movimentando devido a dificuldade da respiração. A criança pode ainda ter pesadelos e acordar gritando. A identificação desses distúrbios do sono pode ser percebida logo ao nascer pelos pais, melhor verificada pelos pediatras. Os pais muitas vezes percebem as agitações do sono, mas não as relacionam com fatores que podem aumentar a hiperatividade, prejudicar a atenção e o aprendizado nas crianças com TDAH. Também devem ser investigados os fatores como congestionamento nasal, apinhamento dental, palato ogival, lábios entreabertos, inflamação clínica das tonsilas palatinas, úvula (campainha) alongada e mau hálito.O TDAH, para ser adequadamente tratado necessita, como vemos, de uma avaliação clínica detalhada por profissional capacitado neste tipo de atendimento.

sábado, 23 de maio de 2009

UMA REVOLUÇÃO NA MEDICINA:
A MEDICINA PERSONALIZADA


Exame genético determina dose de Medicamento para cada paciente

Instituto da USP desenvolve 1.º teste do tipo no País; medida reduz efeito adverso e melhora eficácia do tratamento
O novo exame poderá aumentar a eficácia e reduzir os efeitos colaterais de tratamentos com psicofármacos, analgésicos, remédios para cardiopatias, câncer, epilepsia e outras doenças.
O Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPq-USP)desenvolveu um exame genético que ajuda a determinar a dose certa de medicamento para cada paciente. A velocidade com que o organismo processa ou elimina uma droga varia de pessoa para pessoa. A diferença explica porque a mesma quantidade de remédio causa efeitos adversos em alguns indivíduos e pode ser ineficaz para outros. O novo teste mostra a resposta do organismo de cada paciente a uma variedade de medicamentos – psicofármacos, analgésicos, remédios contra cardiopatias, câncer – e viabiliza o
ajuste personalizado da prescrição. O exame avalia os genes responsáveis pela produção de duas enzimas do fígado: a CYP2D6 e a CYP2C19. Elas atuam no metabolismo de 75%
dos medicamentos. Tais genes não são iguais em todas as pessoas. Apresentam formas diferentes, conhecidas como alelos. Os pesquisadores do IPq identificam quais alelos
estão presentes no genoma de cada paciente.Há uma associação direta entre o alelo encontrado e a resposta ao remédio.
“A pesquisa começou com uma paciente que não melhorava com nada”, recorda Wagner Gattaz, presidente do conselho do IPq e diretor do Laboratório de Neurociências, responsável pelo exame. Aos 10 anos, Talita (nome fictício) apresentou um quadro de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Durante sete anos, passou por sete consultórios diferentes e experimentou vários remédios. Nenhum funcionou. A família cogitou viajar aos Estados Unidos em busca de um tratamento eficaz. Dr. Gattaz sabia da existência de um exame para medir a ação das duas enzimas nos Estados Unidos, mas enviar o material seria sempre uma alternativa cara e demorada. Resolveu desenvolver teste semelhante no Laboratório de Neurociências que dirige. A coordenadora de genética do laboratório, Elida Benquique Ojopi, conduziu as pesquisas. Quando o exame ficou pronto, foi aplicado em Talita. Descobriu que ela é “metabolizadora ultrarrápida”: seu organismo elimina o remédio antes de ele exercer o efeito terapêutico. Hoje Talita toma uma dose 6 vezes
maior do que a usual sem ter efeito colateral. Há três anos não apresenta sinal da doença.
“Minha filha está na faculdade, tem vida normal e muitos amigos”, conta a mãe de Talita. “Eu nunca prescreveria uma dose seis vezes maior sem o novo exame”, diz Gattaz.“Seria muito arriscado.” O metabolismo de vários antidepressivos, por exemplo, depende das duas enzimas. Estima-se que a dosagem em 25% das prescrições receberia ajustes
depois do exame genético. NO BRASIL Elida conta que médicos têm encaminhado pacientes para realizar o exame no instituto. Cerca de 250 pessoas utilizaram o serviço. Até agora, a ocorrência de alelos que não demandam correção na dosagem foi igual para os dois genes: cerca de 62% dos pacientes analisados. “Exames como esse representam o início de uma nova fase no tratamento das pessoas – a medicina personalizada”, afirma o
diretor do Laboratório de Neurociências. Ele considera provável que,em um futuro próximo,
as informações obtidas no teste sobre as duas enzimas farão parte do registro clínico de qualquer paciente, como hoje ocorre com outras informações como o tipo de sangue.
Nos Estados Unidos, três empresas realizam o exame, que custa, em média, R$ 1.900. O
IPq cobra cerca de R$ 500 pelo teste, que não recebe cobertura do Sistema Único de Saúde (SUS). “O dinheiro é reinvestido em pesquisas do instituto”, aponta Gattaz.
O papel do Educador com o aluno que apresenta dificuldades escolares.

Falta de interesse nas aulas, dificuldades de ler, escrever e soletrar. Professores devem estar atentos ao comportamento dos alunos e perceber os diferentes graus de aprendizagem. Os sintomas podem ser de dislexia, distúrbio ou transtorno do processamento fonológico que compromete a leitura e que afeta de 10 a 15% a população mundial, de acordo com informações da Associação Brasileira de Dislexia (ABD). Confundidos frequentemente com má alfabetização, TDAH, preguiça, agitação ou falta de força de vontade, seus sintomas passam muitas vezes despercebidos nas salas de aula. A falta de atenção e o pouco interesse pelas aulas devem ser percebidos pelos professores. Mas também não devemos generalizar as dificuldades. Nem todo aluno que tem problemas com a leitura tem dislexia. Um diagnóstico correto requer uma equipe multidisciplinar, envolvendo psicopedagogo, fonoaudiólogo, psiquiatra infantil e da adolescência, psicólogo, oftamologista e otorrinolaringologista (para avaliação audiométrica). Devido ao professor estar com o aluno por um longo período a cada dia, cabe a ele o papel de discutir com a coordenação e os pais as dificuldades do aluno, encaminhando-o ao psicopedagogo e aos demais profissionais. Identificar o transtorno e fazer o encaminhamento para equipe multiprofissional habilitada é o passo inicial e fundamental para que esse aluno desde cedo não se sinta um fracassado, um impotente, um burro ou alguém que não quer nada com a vida. Infelizmente, toda semana recebo crianças trazidas por pais irritados, cansados e desesperados, sem mais saber o que fazer com o filho, que segundo eles, não têm mais do a obrigação de estudar e tirar boas notas, já que não fazem mais nada da vida. Vejo muitas famílias culpando o sistema educacional e quando entro em contato com a escola vejo que muitas delas também não estão preparadas para lidar com o aluno com problemas e nem com pais ansiosos e muitas vezes hostis. O TDAH ocorre em comorbidade com a dislexia em alguns casos. Após extensa avaliação e início do tratamento com a fonoaudióloga, se ainda persistirem os sintomas do TDAH, está indicado o tratamento com o metilfenidato, que comprovadamente auxilia na velocidade das palavras lidas em alunos disléxicos, além de ajudar nos sintomas cardinais do TDAH, caso haja a presença de comorbidade. Como a dislexia é genética e hereditária, se a criança possuir pais ou outros parentes disléxicos, quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, melhor para os pais, escola e a própria criança. Não raro é na sala de sala que se percebe o estudante com dificuldades de aprendizagem e o professor deve acompanhá-lo para detectar se os sintomas possam ser os da dislexia ou devido a outro problema. Freqüentemente recebo crianças e adolescentes que chegam até o ensino médio sem receber um diagnóstico preciso e tratamento adequado, o que compromete significativamente o aprendizado e a vida pessoal do aluno em todos os setores, agravando muito o seu prognóstico.

sexta-feira, 22 de maio de 2009


Comissão do Senado acolhe crítica da ABP
sobre política de saúde mental
A Associação Brasileira de Psiquiatria participou, na tarde do dia 19 de maio, de uma audiência na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado sobre a reforma da assistência em saúde mental no Brasil. A atividade, organizada em parceria com a Subcomissão Permanente de Promoção, Acompanhamento e Defesa da Saúde, deu início a um ciclo de debates sobre o assunto.
Segundo o presidente da ABP, João Alberto Carvalho, as discussões podem ter repercussão positiva. “O incentivo à discussão técnica entre a entidade que representa a psiquiatria brasileira e o poder público pode induzir uma melhor condução das políticas de saúde mental”, avaliou.
Para o vice-presidente da Associação, Luiz Alberto Hetem, a participação também é positiva do ponto de vista estratégico. “O acompanhamento e o trabalho de aproximação com os parlamentares é importante para conscientizar os representantes eleitos pela população sobre a importância de considerar questões técnicas na área de saúde mental”.
Na audiência convocada pela senadora Rosalba Ciarlini (DEM - RN), presidente da CAS, o 2º tesoureiro da Associação Brasileira de Psiquiatria, Helio Lauar, falou em nome da diretoria da ABP. Após citar as novas tendências da política de saúde mental internacional, baseado nos documentos propostos pela OMS, ele avaliou as diretrizes nacionais na área. O especialista apresentou as seguintes conclusões sobre a política de saúde mental no Brasil:
1 - Atende em linhas gerais e formalmente aos documentos internacionais;
2 - Está regida pela Lei 10.216 de 06 de abril de 2001, mas se norteia através de diretrizes e portarias ministeriais que atendem às premissas do Projeto de Lei Paulo Delgado;
3 - Está organizada como um projeto psicossocial, que tende regularmente a excluir o discurso médico culpabilizando-o pelos desacertos da política anterior, em vez de trabalhar pela inclusão deste discurso num contexto de saúde integral;
4 - Não está constituída (depois de 20 anos de implantação) ainda por vários dispositivos assistenciais que possibilitem a atenção médica e psicossocial aos pacientes com transtornos mentais, segundo critérios populacionais;
6 - Adota proposta de um critério populacional para implantação de serviços, mas o articula à demanda dos municípios para implantação dos serviços de saúde mental, e o fator ideologiza o parâmetro técnico de planejamento;
7 - Propõe o fechamento de leitos para internação psiquiátrica e não considera as necessidades clínicas e suas medidas de gravidade e ou complexidade, e insuficiência de CAPS I, II, III, CAPSad e CAPSI sob o ponto de vista de proporcionalidade populacional;
8 - Tem a intenção doutrinária de fechar hospitais psiquiátricos, considerados genericamente asilares, e se recusa a considerar as refratariedades terapêuticas, falta de insumos disponíveis, e insuficiência de rede de suporte social, entre outros, culpando a instituição e não a política assistencial pelo insucesso terapêutico;
9 - Deve admitir que não existem leitos psiquiátricos suficientes e disponíveis em hospitais gerais, serviços hospitalares de referência (como está previsto para dependentes de álcool e outras drogas) e que o novo sistema tende a afirmar equivocadamente que as internações psiquiátricas não são necessárias para outros transtornos, uma vez que não prevê claramente lugar para elas;
10 - Não implementou ações de saúde mental na atenção básica e não existem políticas que incentivam a fixação de profissionais de saúde mental em áreas e ou regiões mais necessitadas;
11 - Não implantou os CAPS de forma a atenderem as demandas populacionais nem nos grandes centros e nas regiões mais desenvolvidas e ricas do país;
12 - Não previu a implantação dos ambulatórios preconizados pelo planejamento e ainda tenta impedir que os mesmos sejam criados, valorizando unicamente os CAPS. Deve admitir ainda que quando este ambulatórios existem, mesmo que para ensino ou pesquisa, são constantemente limitados pelos gestores, não entram na lógica de regulação dos CAPS e não possuem agendamento e fluxo como os demais serviços do SUS;
13 - Usa de estratégias psicossociais para produzir um borramento às diferenças clínicas necessárias na abordagem dos Transtornos Mentais e suas características biológicas se negando a criar programas e protocolos para abordagem e tratamentos diferenciados dos vários transtornos mentais e em atenção a sua especificidade;
14 - Não adota programas terapêuticos especiais para tratar a dependência química, bem como outros transtornos que exigem protocolos e/ou programas especiais (ex: retardo mental, autismo, transtornos alimentares, transtornos anti-sociais, transtornos sexuais, tratamentos compulsórios, etc)
15 - Não implantou de modo suficiente programas psiquiátricos para populações especiais (infância e adolescência, índios, DST/AIDS, população carcerária, idosos, população de rua, vítimas de catástrofes, etc);
16 - Não definiu de modo consequente critérios para alto-custo para regular em atenção às novidades técnicas e tecnológicas o uso de medicações especiais, bem como avaliações complementares laboratoriais, genéticas, ou de imagem (TC, RM, RMF, SPECT, PET, EEG, e outras), avaliações neuropsicológicas e, nem mesmo, tratamentos biológicos (ECT, ETC);
17 - Não incentivou suficientemente a criação e implantação dos programas de reabilitação, que quando existem, privilegiam centros de convivência e estimulação para produção de artesanato, sem construir oficinas protegidas e cooperativas de trabalho, estruturas necessárias e preparadas para competir no mercado formal com trabalho e economia solidários;
18 - Não implantou em numero suficiente os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs) para abrigar pacientes que perderam vínculos sociais, ou mesmo para funcionar como retaguarda no acolhimento de pacientes em tratamento que necessitam de afastamento temporário dos vínculos familiares;
19 - Não previu valores insuficientes para custear a efetiva volta para casa, ou mesmo o custeio da autonomia nos Programas de Volta para Casa, que pagam apenas 240 reais/mês a título de bolsa de pagamento;
20 - Não tem se manifestado junto ao Ministério Público no sentido de prestar assessoria ao referido órgão, com a finalidade de impedir a crescente “judicialização” da assistência e a freqüente confusão entre direitos de cidadania e indicações terapêuticas em psiquiatria, dificultando sobremodo o trabalho do especialista.
Ministério da SaúdeDiante dos questionamentos da ABP, o coordenador de saúde mental do Ministério da Saúde, Pedro Gabriel Godinho Delgado, historicizou a implantação da atual Política de Saúde Mental do Brasil, recortando quatro períodos distintos na sua implantação:
1 - O primeiro período demarcado como antes de 1987, em que os asilos do MS e clínicas do Inamps abrigavam cerca de 95% dos gastos com Saúde Mental no Brasil;
2 - O segundo período, que se estende de 1987 a 1992, quando a Criação do SUS criou na esfera pública as primeiras experiências de atenção em saúde mental com caráter extra-hospitalar;
3 - O terceiro período, que se estende de 1992 a 2001, quando a reforma da assistência se institucionaliza, produzindo o fechamento de instituições insalubres e criando as primeiras normas de atenção psicossocial em atenção às recomendações da II Conferência Nacional de Saúde Mental (CNSM);
4 - O quarto período, que se estende de 1992 até a atualidade, se baseia na implantação de recomendações da Lei 10.216, já em atenção à III CNSM, operacionalizando a efetiva mudança do modelo assistencial e a ampliação do acesso público ao sistema.
Em seguida passou a enumerar, na sua perspectiva, os problemas da política de saúde mental no Brasil, afirmando a necessidade de:
1- Ampliação e qualificação de leitos em hospitais gerais (vale anotar que o MS concorda e com as críticas recentes que a ABP fez sobre a questão, mas diz que já esta trabalhando no sentido de reparar este problema, inclusive com a participação da entidade uma vez que está realizando um Grupo de Trabalho sobre Hospitais Gerais, com vistas a instalar 3.200 leitos em HG, qualificados e articulados aos CAPS, ao sistema urgência/emergência e à atenção básica, e que para isso deverá ainda viabilizar o projeto orçamentariamente. Afirmou publicamente que a adoção do parâmetro 0,45 leitos/1.000 habitantes, de 2002, para psiquiatria proposto pela ABP não produziu acordo, uma vez que este parâmetro é um resíduo do ordenamento anterior à lei 10.216, e não se aplica mais, uma vez que foi substituído em 2006 (Diretrizes da PPI, Portaria GM), e se fosse adotado, o Brasil voltaria a ter 87.000 leitos em hospitais psiquiátricos, retornando ao statu quo ante, do início dos anos 90, E CONTRARIANDO A LEI 10.216. Afirma que isso seria a restauração integral do modelo hospitalocêntrico, e o fim da Reforma).
2 - Consolidação da Saúde Mental na atenção básica
3 - Ampliação e qualificação da rede CAPS (CAPS III, CAPSad e CAPSi) nas grandes cidades
4 - Melhoria da articulação urgência-emergência/regulação de leitos em alguns municípios de grande porte
5 - Ampliação do cuidado intersetorial para problemas associados ao consumo nocivo de Álcool e outras Drogas (ex.: crack)
6 - Financiamento
Conclusão técnicaApós essas considerações, o representante da ABP, com o intuito técnico e político de apontar na política assistencial pontos de estrangulamento e de conflito que atualmente impedem os avanços de uma assistência universal, pública e territorializada, resumiu o problema a partir de três pontos principais:
1 - Problemas legislativos: apontou a sombra ideológica que o Projeto de Lei Paulo Delgado faz na Lei 10.216, principalmente das diretrizes e portarias ministeriais;
2 - Problemas de inclusão discursiva: apontou a importância do trabalho multidisciplinar e psicossocial e reclamou imediata inclusão e respeito ao discurso psiquiátrico, bem como das suas especificidades biológicas, afirmando que não existe saúde mental sem psiquiatria e que os psiquiatras não se prestam a ser herdeiros da exclusão social;
3 - Problemas de regulação: apontou as inúmeras dificuldades do sistema de saúde mental e cobrou aumento de financiamento para saúde mental, ampliação da atenção básica, ampliação da rede psicossocial e de suporte social para moradia, transporte e trabalho, implantação de leitos nos CAPS, hospitais gerais, criação de unidades especializadas de pequeno porte para internação, atenção para a urgência, alto custo, incluído medicação, exames complementares e ECT.
Ao expor suas ideias solicitou aos senhores senadores que os assuntos pudessem ser tratados com maior profundidade e foco em sessões posteriores, especialmente convocadas para este fim. A solicitação foi prontamente acolhida pelos demais expositores, pelo representante do Ministério da Saúde e pela Comissão de Assuntos Sociais, que continuará conduzindo o ciclo de debates.