sábado, 28 de fevereiro de 2009

DEPRESSÃO E ANSIEDADE, as maiores vilãs da dor na nuca.


DEPRESSÃO E ANSIEDADE, as maiores vilãs da dor na nuca.
Author: Megan RauscherDésirée Lie, MD, MSEd

Os fatores psicossociais negativos e eventos estressores, especialmente a depressão e a ansiedade, estão intimamente relacionados à dor cervical recorrente ou persistente, segundo médico alemão Dr. Martin Scherer, da Universidade de Gottingen. O artigo saiu publicado no “ The journal of Musculoskeletal Disorders”, em 26 de janeiro de 2009. Segundo as pesquisas, para que os resultados favoráveis sejam a longo prazo, é essencial levar em conta os fatores psicossociais e incluí-los junto ao tratamento que é chamado “terapêuticas estratégicas para a dor cervical”. O estudo envolveu 448 pacientes com pelo menos um episódio de dor no pescoço entre março e abril de 2006, tendo eles preenchido questionários específicos para essa condição. 44$ dos sujeitos tinham 50 anos ou mais e 80% eram mulheres. Um terço tinha educação básica e outro tanto estava desempregada ou aposentada. 56%, mais da metade delas, referiu dor no pescoço no dia em que completaram o questionário e 26% apresentou dor constante no pescoço durante o ano de 2008. Conforme o resultado baseado nos questionários, 20% apresentava-se com depressão maior e 28% estava ansiosa. Segundo o especialista, em todas as análises, depressão e ansiedade estavam altamente correlacionadas a aumentos dos níveis de cervicalgias. Quando os níveis de depressão e ansiedade se aproximam de ¼ do valor total na escala de dor cervical, os indivíduos com humor deprimido ou ansioso estavam com alta probabilidade de estar no grupo das pessoas com os maiores níveis de dor cervical. O resultado, dizem os pesquisadores, sugerem que o grau de cervicalgia está relacionado ao grau do estresse psicológico. Ou seja, quanto maior a dor cervical nesses pacientes, maior atenção deverá ser dada aos estressores psicossociais como um “fardo adicional”. Dr. Scherer e outros pesquisadores observaram achados consistentes em revisão sistemática recente, onde investigava fatores determinantes e de risco para dor cervical na população geral e encontrou evidência sólida somente para fatores que envolviam a saúde emocional da pessoa.
Segundo a pesquisa, as terapias para o tratamento das cervicalgias crônicas tenderão a ser mais eficazes quando os sintomas psicológicos forem levados em conta, pois já provaram ser ponto central para o desenvolvimento e prognóstico das dores cervicais
BMC Musculoskelet Disord. Published online January 26, 2009.
Reuters Health Information 2009. © 2009 Reuters Ltd.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Transtorno Bipolar - RELATO VIVO


RELATO VIVO
KAY JAMISON

é psiquiatra, cientista, professora de uma das mais prestigiadas instituições acadêmicas dos Estados Unidos, a Universidade Johns Hopkins. E sofre de transtorno bipolar. Num inusitado caso de atividade de pesquisa que se mistura com experiência pessoal, ela se tornou uma das maiores especialistas do mundo naquilo que ainda prefere chamar de doença maníaco-depressiva. O relato de sua convivência com o transtorno, muitas vezes apavorante, embora carregado de esperança, está no livro Uma Mente Inquieta, editado no Brasil pela Martins Fontes. É a história de quem atravessou o deserto do descontrole. "A doença maníaca depressiva deforma seus pensamentos, estimula comportamentos aterradores e destrói a base da razão e, com enorme freqüência, solapa o desejo e a vontade de viver", escreveu Kay Jamison. "É uma doença sem par pelo fato de proporcionar vantagens e prazer que, como conseqüência, levam a um sofrimento quase insuportável."


MANIA DE ARTISTA

A bipolaridade de alguns criadores famosos:


ERNEST HEMINGWAY (1899-1961)O escritor americano, autor de clássicos como O Velho e o Mar, levou uma vida conturbada. Nos seus últimos anos, descobriu que tinha doença maníacodepressiva e insônia. Aos poucos, com o fracasso dos tratamentos, sua condição mental se deteriorou até que ele cometeu suicídio.

LUDWIG VAN BEETHOVEN (1770-1827)A vida pessoal do compositor alemão foi marcada pela luta contra a surdez, deficiência que não o impediu de continuar compondo peças que se tornaram fundamentais para a música ocidental. De acordo com seus biógrafos, também era depressivo e tinha períodos maníacos, o que, na definição atual, o colocaria entre os bipolares.

VINCENT VAN GOGH (1853-1890) O pintor holandês, que ficou famoso não só pelas telas, mas por ter cortado um pedaço da própria orelha, é considerado o mais célebre bipolar do mundo artístico. Segundo os críticos, a instabilidade do seu humor pode ser notada também nos quadros.

QUESTIONÁRIO AUTO-APLICATIVO PARA AVALIAR TRAÇOS DE BIPOLARIDADE

Você pode ser bipolar?


Responda às perguntas abaixo e descubra se você tem algum grau de bipolaridade

1. Você se considera com muitos altos e baixos de humor?
2. Precisa estar sempre fazendo algo ou buscando coisas novas?
3. Já teve vários momentos de apatia ou tristeza sem motivo aparente?

EM COMPARAÇÃO COM OUTRAS PESSOAS VOCÊ...
1. ...já ficou muito alegre e radiante ou irritável sem motivo aparente?
2. ...já teve fases com muitos planos, falando mais rápido, alto e bastante?
3. ...já se arriscou demais em alguns momentos?
4. ...já teve fases ou dias de se vestir de um jeito bem mais chamativo?
5. ...gasta mais dinheiro com prazeres, futilidades ou aparência?
6. ...apresenta mais dificuldade para manter as coisas em ordem e tende à dispersão?
7. ...já teve impulsos exagerados em relação a comida, drogas, sexo ou compras?
8. ...já teve momentos de maior confiança em que se sentiu muito especial?
9. ...muda de planos e objetivos com extrema facilidade?
10. ...demonstra instabilidade profissional ou nos relacionamentos afetivos?
11. ...tende a se magoar ou a se irritar quando alguém o critica ou desagrada?

RESULTADO:

Se você marcou de uma a três respostas "sim", é pouco provável que tenha algum grau de bipolaridade.
De quatro a sete respostas "sim", é provável que você tenha algum grau de bipolaridade.
Oito ou mais respostas "sim" indicam que é muito provável que você tenha algum grau de bipolaridade.
Reflita e, se for o caso, procure ajuda.



REVISTA SAÚDE ONLINE ABRIL 2006

TRANSTORNO BIPOLAR - as duas faces do humor

TRANSTORNO BIPOLAR - as duas faces do humor
Revista Saúde Vida
Há dias em que a euforia bate no céu. Em outros a depressão leva ao fundo do poço. A novidade sobre essa gangorra de emoções é que os cientistas confirmam a suspeita de que uma molécula presente no cérebro e no sangue pode apontar a predisposição para a doença (sim, é doença!) com boa margem de segurança. É como levar uma vida dupla. Uma hora a euforia toma conta e leva o organismo ao seu limite de excitação, até mesmo sexual. É energia que não acaba mais, a ponto de o sono tornar-se quase desnecessário. Perdese a capacidade de julgamento e a autocrítica e há quem se torne irritadiço. Para descrever esse estado de ânimo os médicos utilizam o termo mania. Ela é um dos extremos de uma doença caracterizada por uma profunda instabilidade de humor, o qual oscila entre esse estado eufórico intenso e o seu oposto, a depressão.
Para os portadores do transtorno bipolar doença que há poucos anos era conhecida como psicose maníaco-depressiva , encontrar o equilíbrio entre as duas pontas das emoções radicais é como tentar andar sobre um terreno movediço. "É o pessoal do oito ou 80", resume o psiquiatra Diogo Lara, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e autor de Temperamento Forte e Bipolaridade. "Diferentemente de quem tem um humor saudável, os que sofrem desse transtorno não costumam ser previsíveis ou flexíveis nem respondem com proporcionalidade aos estímulos." Acredita- se que 1% da população mundial conviva com o tipo 1 da doença, considerado o mais grave.
Pode até parecer pouco, mas na verdade o transtorno bipolar é um tormento para muito mais gente. Estima-se que cerca de 5% das pessoas tenham instabilidades de humor em algum grau. Feitos os cálculos, os brasileiros alterados somam aproximadamente 9 milhões. Muitos deles nem sabem do próprio distúrbio. Outros, ainda pior, são tratados da maneira errada. "Nesse caso o diagnóstico costuma ser esquizofrenia ou simplesmente depressão", conta o psiquiatra Jair Soares, chefe da Divisão de Transtornos do Humor e Ansiedade da Universidade do Texas em San Antonio, nos Estados Unidos.
Sabe-se que essa é uma doença em grande parte determinada pelo histórico familiar. Uma criança que tem um dos pais com transtorno bipolar apresenta uma probabilidade de 15% a 20% de manifestar o mesmo problema. Um estudo, realizado com gêmeos idênticos, mostrou ainda que, se um deles tem a doença, o risco de o outro também vir a ser uma vítima é de 80%.
A mais recente descoberta sobre a origem do mal vem de um grupo de pesquisa do Hospital das Clínicas de Porto Alegre. Os cientistas andavam em busca de uma pista sobre a relação entre o transtorno bipolar e a molécula BDNF (sigla em inglês para fator neurotrófico derivado do cérebro), cuja atuação na memória já era bem conhecida. As evidências dessa ligação ficaram muito claras em seu estudo.
O trabalho mostrou que os bipolares têm menos BDNF no sangue do que as pessoas normais. "E notamos que, quanto menores os teores no sangue, maior a gravidade da doença", revela um dos autores do trabalho, o psiquiatra Flávio Kapczinski, responsável pelo Laboratório de Psiquiatria Experimental do hospital gaúcho. Como os níveis dessa molécula são ditados pela genética, a esperança é de que ela possa vir a ser um marcador da doença. O teste ainda é experimental, mas deverá se tornar rotina médica nos próximos anos.
Igual a todo distúrbio da mente humana, porém, a bipolaridade também é determinada pela maneira como lidamos com as adversidades. "Muitas vezes podese até herdar o gene que leva a uma predisposição, mas, sem um evento estressante, o transtorno não se desenvolve", afirma o psiquiatra Beny Lafer, professor da Universidade de São Paulo e coordenador do grupo de pesquisa em transtorno bipolar do Hospital das Clínicas da capital paulista. "Em caso de estresse emocional ou abuso de drogas, os riscos ficam de quatro a cinco vezes maiores."
O problema geralmente dá as caras no final da adolescência e no início da vida adulta, mas a meninada menor também é alvo. Na infância, aliás, não raro ele é confundido com distúrbio do déficit de atenção e hiperatividade. "Crianças diagnosticadas assim, mas que não respondem ao tratamento, podem ter na realidade o transtorno bipolar", garante Jair Soares. Descobrir a doença cedo e controlá-la o quanto antes ajuda seu portador a levar uma vida normal. É o que você verá nas páginas seguintes.
As oscilações do humor podem ser trágicas. Uma depressão prolongada, daquelas que chegam a durar meses ou mesmo anos, muitas vezes são o estopim de uma tentativa de suicídio. No outro extremo, o da mania, algumas semanas de crise são suficientes para pôr toda uma vida a perder. Relações são desfeitas e o dinheiro economizado por décadas, torrado em poucos dias. Não precisa ser assim. O.k., não há cura para o transtorno bipolar mas, como outras doenças crônicas, trata-se de um mal controlável.Em casos de bipolaridade, os remédios conhecidos como estabilizadores do humor são fundamentais para o tratamento do tipo 1 e para alguns pacientes do tipo 2, como os médicos chamam uma forma mais moderada do transtorno. Qualquer que seja o tipo, porém, o maior problema costuma ser a resistência do paciente a tomar os medicamentos. Um dos motivos está nos efeitos colaterais. O lítio, por exemplo, que ainda é uma das drogas mais usadas, pode provocar ganho de peso, tremores, aumento do apetite e retenção de líquido um sufoco que, parece, as mulheres têm ainda mais dificuldade para enfrentar. "Mesmo assim, os benefícios são muito maiores do que os efeitos colaterais", opina Beny Lafer, da USP.
No entanto, é bom que fique claro: nenhum remédio, sozinho, opera milagres. Ele pode restaurar o equilíbrio químico dentro do cérebro, mas e as emoções? Hoje, até os cartesianos mais ferrenhos já deixaram de considerar a mente e o corpo como estruturas absolutamente separadas. No caso do transtorno bipolar, diga-se, estão intimamente ligadas. E é aí que entra a psicoterapia, como peça fundamental do tratamento dos bipolares. "Aliás, não se trata de uma doença mental apenas, mas um mal sistêmico que afeta o indivíduo como um todo. Esse paciente requer uma equipe multidisciplinar", defende Flávio Kapczinski.Prova disso é que, em uma das pesquisas realizadas pela equipe de Kapczinski, descobriu-se que os pacientes bipolares têm no cérebro uma quantidade menor de enzimas antioxidantes em comparação com o resto da população. Essas substâncias são essenciais para a manutenção da saúde ao evitar mutações genéticas que podem dar início ao câncer, por exemplo. "Não é por acaso que os bipolares têm maior incidência de morte por tumores, doenças cardiovasculares e diabete", acredita o psiquiatra. "Estamos em busca de métodos que permitam aos pacientes ficar livres não só das alterações do ânimo, mas de outros danos."
Doença do corpo e da mente, a bipolaridade também pode se enquadrar em outra categoria, a de doença social. Afinal de contas, muitas vezes não é o transtorno em si o que mais preocupa os pacientes, mas a reação das outras pessoas. Em outras palavras, é preconceito mesmo. E contra isso muitas vezes o melhor antídoto é fazer parte de um grupo. "O convívio social faz parte da terapia porque o doente discute situações comuns a todos os portadores. E um ajuda o outro", conta Silvio Esteves, presidente da Stabilitas, organização que reúne cerca de 400 bipolares em Porto Alegre. Ora, se a vida é dupla e a doença é tripla, a conta só fecha porque as soluções são múltiplas.O SOBE-E-DESCE DAS EMOÇÕESAs fases eufóricas são chamadas de mania. As mais brandas, de hipomania. Podem durar de alguns dias até longos meses, assim como as fases da depressão. No gráfico abaixo, repare que, quanto mais perto do centro, mais equilibrado é o humor.
É como levar uma vida dupla. Uma hora a euforia toma conta e leva o organismo ao seu limite de excitação, até mesmo sexual. É energia que não acaba mais, a ponto de o sono tornar-se quase desnecessário. Perdese a capacidade de julgamento e a autocrítica e há quem se torne irritadiço. Para descrever esse estado de ânimo os médicos utilizam o termo mania. Ela é um dos extremos de uma doença caracterizada por uma profunda instabilidade de humor, o qual oscila entre esse estado eufórico intenso e o seu oposto, a depressão.
Para os portadores do transtorno bipolar doença que há poucos anos era conhecida como psicose maníaco-depressiva , encontrar o equilíbrio entre as duas pontas das emoções radicais é como tentar andar sobre um terreno movediço. "É o pessoal do oito ou 80", resume o psiquiatra Diogo Lara, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e autor de Temperamento Forte e Bipolaridade. "Diferentemente de quem tem um humor saudável, os que sofrem desse transtorno não costumam ser previsíveis ou flexíveis nem respondem com proporcionalidade aos estímulos." Acredita- se que 1% da população mundial conviva com o tipo 1 da doença, considerado o mais grave.
Pode até parecer pouco, mas na verdade o transtorno bipolar é um tormento para muito mais gente. Estima-se que cerca de 5% das pessoas tenham instabilidades de humor em algum grau. Feitos os cálculos, os brasileiros alterados somam aproximadamente 9 milhões. Muitos deles nem sabem do próprio distúrbio. Outros, ainda pior, são tratados da maneira errada. "Nesse caso o diagnóstico costuma ser esquizofrenia ou simplesmente depressão", conta o psiquiatra Jair Soares, chefe da Divisão de Transtornos do Humor e Ansiedade da Universidade do Texas em San Antonio, nos Estados Unidos.
Sabe-se que essa é uma doença em grande parte determinada pelo histórico familiar. Uma criança que tem um dos pais com transtorno bipolar apresenta uma probabilidade de 15% a 20% de manifestar o mesmo problema. Um estudo, realizado com gêmeos idênticos, mostrou ainda que, se um deles tem a doença, o risco de o outro também vir a ser uma vítima é de 80%.
A mais recente descoberta sobre a origem do mal vem de um grupo de pesquisa do Hospital das Clínicas de Porto Alegre. Os cientistas andavam em busca de uma pista sobre a relação entre o transtorno bipolar e a molécula BDNF (sigla em inglês para fator neurotrófico derivado do cérebro), cuja atuação na memória já era bem conhecida. As evidências dessa ligação ficaram muito claras em seu estudo.
O SOBE-E-DESCE DAS EMOÇÕESAs fases eufóricas são chamadas de mania. As mais brandas, de hipomania. Podem durar de alguns dias até longos meses, assim como as fases da depressão. No gráfico abaixo, repare que, quanto mais perto do centro, mais equilibrado é o humor.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Distúrbios de Aprendizagem pode indicar doença física.


Notas baixas, falta de vontade de ir à escola, apatia, vontade de ficar na cama e não ir à aula - deve ser interpretado por pais e educadores como aquela luzinha amarela que acende no painel do nosso carro sempre que a gasolina ou o óleo está acabando...Nesses casos, torna-se urgente que se faça uma avaliação da criança com profissional especializado em transtornos que cursam com prejuizo no rendimento escolar. Epilepsia, TDAH, Transtorno Bipolar, Depressão Maior, Ansiedade de separação, entre outros, podem ser apenas alguns dos transtornos que essas crianças podem estar apresentando e que precisam de diagnóstico e tratamento precoces. O desempenho insatisfatório na escola pode estar ligado a problemas mais sérios do que a simples falta de interesse pelos livros. Existem distúrbios que podem comprometer a aprendizagem de crianças e adolescentes em idade pré-escolar e escolar. Epilepsia, Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), Dislexia e Depressão estão entre os transtornos mais comuns relacionados ao fracasso de jovens no colégio.
QUE É O TDAH?
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção).
Fonte:
1- Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), pelo site http://www.tdah.org.br/.
2- http://www.tdahemfoco.com.br/
3- http://www.evelynvinocur.com.br/
A epilepsia é um distúrbio do cérebro que se expressa por crises epilépticas repetidas, que podem ter como causa uma lesão no cérebro, decorrente de uma forte pancada na cabeça, uma infecção (meningite, por exemplo), neurocisticercose ("ovos de solitária" no cérebro), abuso de bebidas alcoólicas, de drogas, entre outros. Fonte: Associação Brasileira de Epilepsia, pelo site www.epilepsiabrasil.org.br.Vale a pena lembrar que portadores de Epilepsia cursam muito frequentemente com sintomas de TDAH e que precisam ser tratados com o metilfenidato assim que as crises convulsivas estiverem controladas pelos medicamentos anti-convulsivantes.Definida como um distúrbio ou Transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é o problema de maior incidência nas salas de aula. Pesquisas realizadas em vários países mostram que entre 10% e 15% da população mundial é disléxica. A dislexia é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão neurológico do doente.Fonte: Associação Brasileira de Dislexia, pelo site www.dislexia.org.br. É inadmissível que hoje em dia nós, especialistas em Saúde Mental da infancia e adolescencia deixe passar uma criança portadora de TDAH sem que ela receba o diagnóstivo correto.

DEZ ESTRATÉGIAS PARA MELHORAR A VIDA DO SEU FILHO COM TDAH


10 estratégias para melhorar a vida do seu filho:

1- quando estabelecer regras, faça-as de modo simples e específico e escreva-as em post-its em locais de fácil visão para o seu filho.
2- recompensas objetivas e que façam sentido, geralmente funcionarão melhor para o seu filho – e elas não podem ser em excesso.
3- dê feedback com freqüência, para que eles saibam como estão indo.
4- ajude seu filho a mudar de modo suave e gradativo, planejando com antecedência as atividades que virão posteriormente.
5-mantenha o senso de humor e seja paciente: com humor, você terá condições de evitar conflitos.
6- fique atento a todas as oportunidades para elogiar e fazer reforços positivos sempre que seu filho fizer algo corretamente. Mas tenha cuidado para não exagerar por conta de pequenos acertos, pois ele vai perceber, não se iluda.
7- tenha sempre em mente que você está lidando com uma condição médica que seu filho tem e não uma falha de caráter.
8- nas horas de impor disciplina, não fale muito nem seja “mole” – responda com clareza e ação apropriada.
9- espere que seu filho tenha dias bons e dias ruins.
10- lembre-se que culpar o seu filho, ou você mesma ou seu marido não vai ajudar em nada. Todos vocês estão juntos, “no mesmo barco”, e fazendo o melhor que podem.

QUESTIONÁRIO AUTO-APLICATIVO PARA AVALIAR SUAS CHANCES DE ESTAR DEPRIMIDO


Avalie o seu risco para Depressão:
by WebMD's editorial staff

Você poderia estar deprimido?

A Depressão afeta as pessoas de modo diferente. Alguns, choram muito e ficam muito tristes. Outros, ficam irritados, mau-humorados ou ansiosos. Ainda tem os que manifestam a depressão através de sintomas físicos vagos e inespecíficos como dores musculares, prisão de ventre, dor de cabeça e outros.

Reflita sobre como você tem se sentido nas últimas duas semanas. Quais, dentre as afirmativas abaixo, melhor descrevem você?

1- eu me sinto triste e pra baixo na maior parte do tempo.
Sim=
Não=

2- eu perdi o interesse nas atividades que antes eu gostava.
Sim=
Não=

3- eu me sinto cansada a maior parte do dia.
Sim=
Não=

4- eu tenho problemas para dormir. Ou eu durmo muito ou passo a noite em claro.
Sim=
Não=

5- meu apetite mudou. Eu não estou comendo o suficiente ou eu estou comendo demais.
Sim=
Não=

6- eu estou com problemas para me concentrar.
Sim=
Não=

7- meus amigos me dizem que eu estou diferente. Eu tanto estou ansioso como inquieto ou letárgico.
Sim=
Não=

8- eu me sinto desesperançosa e inútil e sem nenhum valor.
Sim=
Não=

9- eu estou tendo enxaquecas freqüentes, problemas gástricos, musculares, dores no corpo ou na coluna.
Sim=
Não=

10- eu tenho pensado muito em morrer.
Sim=
Não=


mande sua resposta clicando na palavra comentário, logo abaixo do texto e eu lhe mando a resposta logo

as

evelyn

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Atividade mental altera mecanismos biológicos do cérebro




12/02/2009
Atividade mental altera mecanismos biológicos do cérebro


Redação do Diário da Saúde

Dr. Torkel Klingberg, que coordenou a pesquisa que demonstra que a mente também altera o cérebro em termos biológicos


Mente altera cérebro
Pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, demonstraram pela primeira vez que o treinamento ativo da memória de trabalho resulta em alterações visíveis no número de receptores de dopamina no cérebro humano.
O estudo, publicado na revista Science, foi feito com o auxílio de imagens captadas por Tomografia por Emissão de Pósitrons, uma técnica utilizada em medicina nuclear capaz de revelar as complexas interconexões entre a cognição e a estrutura biológica do cérebro.
"Não é apenas a bioquímica do cérebro que serve de base para nossa atividade mental; nossa atividade mental e nossos processos de pensamento também podem afetar a bioquímica," diz o professor Torkel Klingberg, que coordenou o estudo. "Isto não havia sido demonstrado em humanos antes, e abre uma enxurrada de questões fascinantes."
Funcionamento da memória
O neurotransmissor dopamina desempenha um papel fundamental em muitas das funções cerebrais. Interrupções no sistema de dopamina pode prejudicar o funcionamento da memória de trabalho, tornando muito mais difícil para se lembrar de informações por um período curto de tempo, como quando se está tentando resolver um problema.
Já se comprovou que uma memória de trabalho deficiente é um importante fator no surgimento de problemas cognitivos em doenças como a esquizofrenia e o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (ADHD).
O professor Klingberg e seus colegas já haviam demonstrado anteriormente que a memória de trabalho pode ser melhorada com algumas poucas semanas de treinamento intensivo.
Treinamento ativa o cérebro
Agora, em uma colaboração com o Instituto de Cérebro de Estocolmo, os pesquisadores deram um passo adiante. Ao monitorar o cérebro usando a Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET Scan) eles confirmaram que o treinamento intensivo do cérebro leva a alterações no número de receptores D1 de dopamina no córtex cerebral.
A Tomografia por Emissão de Pósitrons é uma técnica de imageamento médico baseada no decaimento de isótopos radioativos que é capaz de produzir imagens tridimensionais do movimento de substâncias sinalizadoras no interior de um organismo vivo.
Importância dos resultados
Os resultados terão importância significativa para o desenvolvimento de novos tratamentos para pacientes com deficiências de aprendizado, tais como aquelas relacionadas com o déficit de atenção e hiperatividade, derrames cerebrais, síndrome da fadiga crônica e mesmo as perdas cognitivas associadas ao envelhecimento.
"Somente as alterações no número de receptores de dopamina em uma pessoa não nos dão todas as chaves para explicar uma memória fraca," diz Lars Farde, outro pesquisador que participou do estudo. "Nós também temos que verificar se as diferenças poderiam ter sido causadas por uma falta de treinamento da memória ou por outros fatores ambientais. Talvez nós sejamos capazes de encontrar novos tratamentos, mais eficazes, que combinem medicações e treinamento cognitivo. Neste caso, nós estaremos em um território extremamente interessante," diz Farde.

TDAH vídeo Dra Evelyn Vinocur

Um breve bate papo sobre os principais sintomas do TDAH ou Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade

DEPRESSÃO


DEPRESSÃO PODE AFETAR MULHERES COM O TDAH

Gostaria de lembrar aos nossos leitores que o TDAH ou Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é uma condição freqüente, crônica e que pode levar a sérios comprometimentos na vida da pessoa que sofre desse transtorno. O TDAH pode cursar sozinho, em sua forma pura, mas as pesquisas científicas e a prática clínica nos mostram que em 70 a 80% dos casos o TDAH cursa ao lado de outras condições psiquiátricas, em geral uma ou duas. Doenças que se manifestam no mesmo período de tempo são chamadas de comorbidades e precisam ser detectadas e tratadas individualmente por profissionais especializados em Saúde Mental da Infância e Adolescência.
A presença de comorbidade(s) geralmente dificulta o diagnóstico podendo confundir o profissional menos experiente e normalmente sugere quadros de maior gravidade. Uma das comorbidades freqüentemente encontradas no TDAH em adultos, adolescentes e crianças é o Transtorno Depressivo Maior (TDM) ou Depressão e é dela que vamos falar nesse artigo. É de suma importância conhecermos bem todos os sinais e sintomas da Depressão para podermos fazer um diagnóstico e tratamento acurados. Os Transtornos Depressivos ou “depressão”, sempre me deixou intrigada, especialmente em crianças e adolescentes. Trabalhar com crianças e jovens emocionalmente comprometidos é um desafio para o médico examinador e por isso mesmo pode ser vivenciado tanto como algo super gratificante como frustrante ou até mesmo fascinante ou confuso. Não é novidade que a doença mental costuma ser sentida como um grande fardo para a família e para todos os que convivem com o seu portador, seja ele criança ou adolescente ou adulto. As maneiras com que cada família vai reagir podem ser as mais variadas. Usualmente, o que observamos, é a família tentar negar o problema e achar que tudo vai ficar bem. Ao longo de um tempo, as expectativas vão se multiplicando e a rejeição ao problema torna a vida diária insuportável. É comum vermos os pais se sentindo muito-culpados ou tentando culpar o cônjuge pelos transtornos que a doença traz. Muitos, numa atitude desesperada, enchem-se de expectativas irreais e exageradas para com os filhos, querendo que eles se transformem no oposto, a custa de muitas brigas, mágoas e ressentimentos. Após um certo tempo, vemos que os pais, sentindo-se exaustos, incompetentes, frustrados e decepcionados, acabam por se tornarem hostis à criança, sentindo-se agredidos por eles e nesse momento irrompe um clima quase insustentável na família, onde a incidência de separações desses pais aumenta muito, assim como a pressão que e feita sobre a criança, que a essa altura já incorporou uma falsa autoimagem negativa, com sentimentos de insuficiência, fracasso global, rejeição, incompreensão, tristeza e desesperança, sentimentos esses, significativos. Usualmente, é nesse momento, onde a dinâmica familiar encontra-se desestruturada e caótica, que pode advir um transtorno depressivo – que pode se manifestar de modos distintos, seja com o quadro clássico de humor deprimido, retardo psicomotor, sentimentos de tristeza profunda, desalento, desamparo, morte e etc., ou seja como sintomas de irritabilidade, mau humor, agitação, agressividade, falta de energia, etc. e que muitas vezes se sobrepõem aos sintomas do TDAH.
Nesse artigo abordaremos a DEPRESSÃO (TRANSTORNO DEPRESSIVO), em virtude da alta freqüência com que a comorbidade Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade-Depressão é observada na prática diária.
A Depressão é um distúrbio tão grave, tão incapacitante, tão devastador e ao mesmo tempo tão ignorado por médicos, familiares e até mesmo pelos próprios portadores. Mas é fato que transtornos que se caracterizam por serem internalizantes, ou seja, “silenciosos” e que portanto não incomodam as pessoas, têm muito mais chance de serem passadas “ao largo”, isto é, distante dos olhos dos profissionais clínicos e mesmo os de saúde mental. Incrível, pois a Depressão é uma condição neurobiológica grave, deletéria e altamente prevalente na população geral. Segundo estudo epidemiológico feito no Brasil, sua prevalência ficou em 15,5% da população. Se formos fazer uma média de prevalência no mundo, a depressão atinge aproximadamente uma a cada dez pessoas, acometendo mais de 340 milhões de indivíduos. Levantamento feito pela OMS, Organização Mundial de Saúde, mostrou prevalência ao longo da vida de 16,8% para depressão, 4,3% para distimia e 1,5% para transtorno bipolar. Mulheres apresentam um risco duas vezes maior que os homens de apresentar um transtorno depressivo. O problema se caracteriza por altos graus de autodepreciacão, culpa, auto-estima e autoconfiança baixas, apatia, falta de prazer nas atividades de um modo geral, alterações do apetite e do sono, sentimento de desamparo e desesperança, solidão, entre outros, levando a altas taxas de suicídio ao ano. Para não falar na redução da performance profissional, da decadência laborativa, do absenteísmo, entre outros, fazendo da depressão um dos mais devastadores transtornos de saúde pública do mundo, com a qualidade de vida seguindo uma espiral decrescente ao longo da vida. A pessoa deprimida pode ficar inquieta, impaciente, intolerante, desatenta e desconcentrada, denotando claros prejuízos cognitivos. E é nessa hora que o profissional precisa ser experiente, para fazer o diagnóstico diferencial com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade ou TDAH. É fundamental que o profissional seja experiente no assunto pois muitas outras doenças podem ser reflexos da depressão e normalmente costumam ser interpretadas como “tristeza”. Lembrar também que a Depressão se manifesta por sintomas emocionais e físicos e gera, ao longo de um tempo, uma exaustão física e mental, fragilizando o nosso sistema imunológico, fazendo com que outras patologias possam se instalar no nosso organismo. Daí ser tão importante o profissional saber distinguir entre doença primária e comorbidade. É lamentável que nos dias de hoje, muitos pacientes deprimidos passem por serviços de saúde primária e saiam sem diagnóstico. A tonalidade do transtorno é sorrateira, podendo evoluir por anos camuflada em outros sintomas como fibromialgia, dores no corpo, asma, gastrite e outras doenças somáticas. Hoje em dia vemos profissionais das mais diversas especialidades tratando as depressões mais “típicas”, muito embora deixando passar desapercebidamente os casos leves, pela falta do hábito do médico na abordagem de sintomas emocionais. E o paciente deprimido, quer seja por esquecimento, apatia ou anergia, também não comente sobre o seu estado emocional e a situação vai piorando gradativamente. nos dias de hoje, muitos pacientes deprimidos passem por servicos ias se instalem no nosso organismo. Falta, ainda, na maioria das faculdades de medicina, o ensinamento dentro das especialidades clínicas do embasamento suficiente em psiquiatria para profissionais que não se especializam na área. E mesmo dentro da própria população a “depressão” ainda é vista como uma fraqueza, uma fase temporária, falta de esforço e de força de vontade, entre outros, e não como uma condição clínica real. Ao contrário de uma enfermidade clínica, a depressão afeta no paciente o sentido de si mesmo. Isso provoca medo e insegurança. O próprio paciente reluta em informar seus sintomas ao médico", por medo de estar “ficando louco”. Reduzir todo o desagravo gerado pela depressão requer tempo e mudança, até mesmo mudanças de ordem cultural. É preciso entender e saber reconhecê-la em seus mais diversos graus. A depressão não é uma doença da alma. É um transtorno mental de ordem neurogenética e neuroquímica.
QUADRO CLÍNICO / SINTOMATOLOGIA –
1- ALTERAÇÕES NA AFETIVIDADE –
1- humor deprimido ou irritabilidade, desproporcionais ao estímulo - anedonia (falta de prazer geral), antecipação do desprazer - apatia, abulia - desinteresse, desmotivação - sentimentos de cunho negativo, diminuição da auto-estima e autoconfiança, tristeza, “vazio”, auto-recriminação, autocomiseração, culpa, insegurança, etc. - falta de vontade, falta de iniciativa, disfunção executiva.

2- ALTERAÇÕES NA PSICOMOTRICIDADE – - retardo psicomotor, falta de energia - preguiça ou cansaço extremo - lentificação do discurso e do pensamento - indecisão - queixas de falta de memória - agitação, predomínio de tensão - falta de vontade e de iniciativa
3- ALTERAÇÕES NAS FUNÇÕES COGNITIVAS –
1- tríade depressiva negativa (avaliações negativas acerca de si mesmo, do mundo e do futuro)
2- temas recorrentes como ruminacões, privação, perda, morte, desamparo, doença, ruína financeira, aumento desproporcional das preocupações
3- delírios congruentes com o humor envolvendo saúde, moral, relacionamentos e finanças, ou incongruentes com o humor, tipo persecutório.
4- SINAIS E SINTOMAS VEGETATIVOS – - aumento ou diminuição do apetite - diminuição da libido - dores, sintomas físicos difusos - desregulação circadiana da temperatura corporal, do ciclo sono-vigília e da secreção de cortisol (Diagnósticos & Tratamentos, Dóris H. Moreno, 2006).
2 - DIAGNÓSTICO –
1- ANAMNESE – Devemos pesquisar vários aspectos, como a idade de início do primeiro episódio, as características clínicas de cada episódio, a intensidade de cada episódio, os riscos para o paciente (risco de vida, da perda de empregos, de separação, potencial suicida), duração de cada episódio, natureza dos sintomas, padrão de recorrências, comorbidade com abuso de álcool e drogas ou outras substancias psicoativas, comorbidade com outros transtornos psiquiátricos, antecedentes pessoais e familiares sugestivos de bipolaridade e antecedentes pessoais de doenças médico-sistêmicas.
2- EXAME PSÍQUICO –
1) aparência geral – vai depender muito da gravidade da depressão. Nos quadros graves, o paciente pode estar absorto, olhar para o vazio, sem brilho, podendo apresentar o sinal da testa franzida – sinal do ômega melancólico. Postura cansada, curvada, cabeça tendendo ao lado ou abaixo. Geralmente a pessoa deprimida vem trazida por um familiar, vestes próprias por vezes em desalinho, denotando total falta de vaidade e cuidados de higiene pessoal nos casos mais sérios. Na depressão agitada e ansiosa, a pessoa fica inquieta, passando um clima aflitivo de angústia, agonia e apreensão. Esfrega as mãos, os cabelos e pode não exibir necessariamente uma aparência depressiva típica. Por isso é tão importante o profissional ser um especialista em transtornos de humor, pois muitos casos de depressão ansiosa não recebem diagnóstico e tratamento corretos.
2) cognição e percepção – como já vimos, a depressão cursa com lentificação psíquica, com comprometimento da atenção, memória e do curso do pensamento. Como a concentração e atenção para leitura, fazer um relatório ou escrever um texto ou ver TV ficam prejudicados, tomar cuidado para não confundir com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade ou TDAH, pois para um profissional não avisado, os sintomas podem se parecer muito e se confundirem. O raciocínio fica mais lento bem como o tempo de latência de respostas. Essas, podem ser evasivas ou lacônicas. As idéias podem chegar a deliróides, de cunho persecutório, ruína, miséria, etc. as idéias de suicídio devem ser investigadas diretamente, sem rodeios, isso alivia o paciente e reforça o vínculo. Atividades mais complexas ficam prejudicadas, dando lugar a uma Disfunção Executiva, com comprometimento em tarefas que exijam organização e planejamento, prejudicando as atividades da vida diária e laborativa. Delírios podem estar presentes, congruentes ou não com o humor. Entre os primeiros, citamos os de ruína, falência financeira, hipocondríaco, e entre os não congruentes, temos os de auto-referência e os persecutórios. Ilusões visuais tipo catatímicas (olhar uma árvore e ver uma pessoa, por exemplo), visuais e auditivas e as alucinações geralmente auditivas (geralmente de cunho depressivo ou acusatório). Quanto pior o grau da depressão, pior fica a noção de morbidade bem como a capacidade de julgamento e crítica.
3) humor e afeto – o humor fica polarizado para depressão, podendo predominar tristeza, apatia ou irritabilidade. A pessoa pode chorar muito ou não conseguir chorar. Ele sempre fica hipersensível aos estímulos, ressentindo-se e magoando-se com mais facilidade. Uns ficam incapazes de se emocionar e dizem estar com “sentimento de falta de sentimentos”. Já a afetividade refere-se a sentimentos de angustia, ansiedade, auto-estima baixa, medo ou temor irracional e difuso, desânimo, insegurança, inadequação, inutilidade, incompetência, vazio, indiferença e desinteresse. O humor pode oscilar durante o mesmo dia. A incapacidade de sentir prazer ou anedonia pode estar parcial ou global, até mesmo para coisas que gostava anteriormente, hobbies, etc., ficando tudo cinza, chato e sem graça.
4) comportamento e psicomotricidade – ocorre lentificação psicomotora, com redução dos movimentos espontâneos, aumento da latência de resposta e hipomimia (redução do brilho e expressividade facial), com anergia e queda na produção física e intelectual. A abulia (comprometimento da volição) e a falta de iniciativa e de tomada de decisões interfere de modo global no dia-a-dia do indivíduo, que fica “amarrado” para resolver compromissos no trabalho, em casa e na vida pessoal, de modo global. Graus extremos de lentificação psicomotora são chamados de estupor depressivo, um quadro grave onde a pessoa fica imóvel, em mutismo, não se alimenta, e que precisa de tratamento urgente com ECT, eletroconvulsoterapia, que é uma solução inócua e imediatamente eficaz para os casos de estupor.
3 – EXAME FÍSICO E EXAMES COMPLEMENTARES O exame clínico do paciente segue a rotina da prática médica. Os exames laboratoriais comumente usados na depressão, para a avaliação de outros possíveis transtornos (diagnóstico diferencial) incluem: hemograma completo, exame de função renal (uréia e creatinina), hepatograma completo (AST, ALT, gama-GT, amilase, bilirrubinas), exames de função tireoidiana (T3, T4, T4 livre, TSH, anticorpos antitireoidianos como os anticorpos antitireoglobulina (anti-TIREO), antitireoperoxidase (anti-TPO), anti-receptor do TSH (Trab) e anticorpos antimicrossomais (AAM), glicemia, dosagem sérica de eletrólitos (Na/K, Ca, Mg), reação sorológica para sífilis,
RX de tórax Eletrocardiograma Caso haja necessidade de investigação mais detalhada, recomenda-se a solicitação de um eletroencefalograma, uma TC (tomografia computadorizada) ou RMN (ressonância magnética nuclear) de cabeça, urinocultura, clearance de creatinina, sorologia para HIV e dosagem sérica e urinária de substâncias psicoativas.
4 – SUBTIPOS DE DEPRESSÃO
1 – LUTO – é um sentimento normal, compreensível e que faz parte da nossa vida. Dizemos que um luto normal pode levar até um ano. Depois, torna-se patológico, demandando intervenção psicológica e farmacológica, pois em 5% dos casos o quadro pode evoluir para um transtorno depressivo.
2 – DISTIMIA – é um quadro mais leve e crônico. As alterações do humor estão presentes na maior parte dos dias, todos os dias, por no mínimo 2 anos e não preenchem critérios para um episódio depressivo ou transtorno depressivo recorrente, tanto pela gravidade e duração dos sintomas. Pode haver oscilações do humor mas a prevalência é de um estado de cansaço e desânimo na maior parte do tempo. Os distímicos geralmente se mostram excessivamente preocupados e com sentimento persistente de inadequação diante da vida, mas não costumam ter alterações na libido, apetite e na parte psicomotora. Podem somatizar, e costumam queixar-se de letargia, inércia, anedonia (falta de prazer nas coisas) e piora matinal. 25% a 50% dos adultos distímicos podem apresentar latência do sono REM diminuída, maior densidade de sono REM, sono de ondas lentas reduzido e prejuízo na continuidade do sono. Na maior parte dos casos, a distimia se inicia na adolescência ou no princípio da idade adulta. Mais de 90% dos distímicos evoluem para um episódio de transtorno depressivo maior, o que corresponde a um prognóstico desfavorável e com menor probabilidade de remissão completa dos sintomas depressivos e uma maior tendência à resistência aos tratamentos.
3 – DEPRESSÃO MELANCÓLICA – ou endógena (termo não usado mais) caracteriza-se pelo predomínio de sintomas somáticos, vitais ou biológicos, como a perda de interesse ou prazer em atividades que antes gostava, piora matinal, falta de reatividade do humor, retardo psicomotor, perda importante do apetite e perda de peso. Recentemente, o retardo psicomotor foi o sintoma caracterizado como “marcador” da melancolia, sendo um achado necessário e suficiente para o seu diagnóstico.
4 – DEPRESSÃO ATÍPICA – apresenta uma inversão dos sintomas somáticos como aumento de apetite e ou ganho de peso, dificuldade para conciliar o sono, hipersônia maior que 10hs/d ou 2hs a mais do que quando não deprimido, sensação de corpo pesado ou “paralisia de chumbo”, sensibilidade exacerbada à rejeição interpessoal e reatividade do humor nos diversos ambientes. Estudos mostram que pacientes com depressão atípica evoluem mais freqüentemente para Bipolares tipo II e têm história familiar de bipolaridade.
5 – DEPRESSÃO SAZONAL – inicia-se recorrentemente no outono/inverno com remissão na primavera, sendo incomum no verão. Esses episódios devem repetir-se por 2 anos consecutivamente sem episódios não-sazonais durante esse período. A depressão sazonal pode cursar nos padrões de um transtorno depressivo maior, transtorno bipolar tipos I ou II ou transtorno depressivo recorrente. Observar se há estreita correlação temporal entre o início dos episódios e a estação do ano, outono/inverno. A prevalência é maior entre jovens que vivem em maiores latitudes. Os sintomas mais comuns são letargia, diminuição de atividade, isolamento social, diminuição da libido, hipersônia, aumento do apetite, “fissura” por carbohidratos e ganho de peso. Alguns portadores podem sentir-se com mais energia na primavera, ficando mais ativos e sociáveis e com aumento libido, menos necessidade de sono, redução do apetite e perda de peso. Assim, esses tipos de quadros sugerem episódios hipomaníacos e portanto poderiam ser classificados como bipolares tipo II.
6 – DEPRESSÃO PSICÓTICA – é um quadro grave, com a presença de delírios e alucinações. Os delírios podem ser congruentes com o humor, por exemplo, idéias de ruína, pecado, doença sem cura, pobreza, desastres e outros. As alucinações auditivas são geralmente acusatórias e depreciativas e as alucinações olfativas ocorrem como um odor putrefato. 14 a 25% das depressões são depressões psicóticas. É mais comum em mulheres.

TDAH E O INSUCESSO NA ESCOLA


TDAH E O INSUCESSO NA ESCOLA

Entre o ensinante e o aprendente abre-se um campo de diferenças onde se situa o prazer de aprender. O ensinante entrega algo, mas para poder apropriar-se daquilo o aprendente necessita inventá-lo de novo. É uma experiência de alegria, que facilita ou perturba, conforme se posiciona o ensinante. Ensinantes são os pais, os irmãos, os tios, os avós e demais integrantes da família, como também os professores e os companheiros na escola.


É importante analisar, para tanto, do que a família exatamente se queixa quando procura um psicopedagogo. Ela pode vir ao consultório porque está exausta e precisa de ajuda, ou porque a escola pediu uma avaliação, ou ainda, porque a psicóloga quer uma visão psicopedagógica para traçar uma estratégia de abordagem junto à escola, ou ainda porque o neurologista mandou. Para cada demanda, lê-se uma necessidade diferente e uma possibilidade de envolvimento mais ou menos comprometida com a criança e seu desenvolvimento. É diferente se a queixa se concentra na preocupação dos pais com o futuro de seus filhos, ou se a queixa tem por interesse o bom andamento das avaliações escolares.
Posto dessa forma interessa-nos não apenas se a criança sofre de um transtorno, um déficit ou uma síndrome, mas também quem são os ensinantes dessa criança. Esse dado será fundamental para traçarmos um plano de ação que se estenda à família, à escola e aos outros profissionais que podem estar envolvidos no processo.

Os pontos em comum

Tem sido muito comum nos consultórios de psicopedagogia a queixa de pais que verdadeiramente desabam, denunciando estarem exaustos com a rotina estressante que seus filhos lhes impõem. Discorrem as várias estratégias já tentadas com o objetivo de atendê-los em suas necessidades e agitação, todas elas, na maioria das vezes, ineficazes. Os pais compreendem o que acontece com seus filhos e ficam perplexos diante do tumultuo que causam em suas famílias. À medida que se estabelece a anamnese, é comum os pais se referirem ao transtorno do Déficit de Atenção/ Hiperatividade (TDAH).No entanto, junto com a demonstração de conhecimento do fato, aparece o discurso de que seus filhos são inteligentes, que quando lhes interessa prestam atenção, que eles aprendem só o que não é para aprender, que eles esquecem as matérias da escola, mas lembram com detalhes das regras de um game. Enfim, evidencia-se a dúvida em relação ao transtorno por entenderem que, se tivessem o transtorno (TDAH) teriam de ser menos inteligentes e menos competentes de forma geral.
O mesmo acontece com os professores. Quando procurados para saber o motivo pelo qual encaminharam ou deram apoio para a procura de um diagnóstico psicopedagógico de determinado aluno, é comum revelarem que ficam na dúvida entre um transtorno de Déficit de Atenção e o perfil de preguiçoso. Muitos professores entendem o comportamento de uma criança agitada e dispersa como falta de vontade para estudar, para fazer as lições, terminar uma prova, etc. Quando tentamos tipificar o comportamento, os professores afirmam que quando eles desejam, fazem; que eles não param quietos, no entanto ficam horas e horas na frente do computador ou tocando um instrumento, não decoram a tabuada, mas sabem cantar uma música inteira. Alguns professores reclamam que esses alunos são terríveis, não param quietos e não respeitam regras e contratos disciplinares, porém sabem todas as regras do futebol. Percebem que a criança é inteligente para algumas coisas e muito ágil mentalmente para tudo que lhes interessa, menos para os estudos.
Ouvindo tanto os pais quanto os profissionais da escola o que se percebe é o cansaço que essas crianças causam em seus pais e professores e a dúvida de como eles, sendo tão ágeis e inteligentes, não conseguem prestar atenção e desenvolver, com sucesso, atividades corriqueiras do dia-a-dia, que são propostas tanto pela família quanto pela escola, tais como arrumar o quarto, fazer as lições escolares, obedecer a regras combinadas, dentre outras. A incapacidade de prestar atenção ou de ficar quieto leva os adultos que convivem com essas crianças a considerá-las malandras e, freqüentemente, são rotuladas de irresponsáveis, malcriadas, endiabradas, avoadas, surdas e até mesmo, pouco inteligentes. O rol costuma ser de adjetivos pejorativos e, como resultado, os pais e educadores vivem conflitos entre sentirem-se impotentes diante da criança e a vontade de ajudá-los. Não percebem o esforço que essas crianças fazem para obter sucesso em suas tarefas e que se fazem coisas com aparente facilidade é porque estavam altamente estimulados para aquela investida.

O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade

Esse transtorno tem por característica essencial “um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade, mais freqüente e grave do que aquele tipicamente observado nos indivíduos em nível equivalente de desenvolvimento”. (Manual de Transtornos Mentais – DSM)
Quando a criança apresenta problemas de convívio social, de rendimento escolar, ou ambos, fica mais fácil identificá-los e encaminhá-la para atendimento. O diagnóstico é clínico e caracteriza-se por duas formas: predomínio do padrão hiperativo-impulsivo e tipo predominantemente desatento, embora possa haver o tipo combinado, que apresenta características dos dois grupos.
Para ser considerado portadora de TDAH é preciso que a criança apresente os sintomas há mais de seis meses e que eles apareçam em situações diversas.[1] A criança predominantemente hiperativa-impulsiva apresenta inquietação, não parando sentada ou quieta - não se mantém sentada por muito tempo, cai da cadeira, se mexe mais do que o necessário, anda mais do que o necessário, fala excessivamente, não consegue esperar que o outro termine o que está falando, tem muita dificuldade em permanecer em silêncio, responde a perguntas antes que elas sejam formuladas completamente, age como se fosse “movida a motor” e tem dificuldade para esperar sua vez.
A predominantemente desatenta tem dificuldade para prestar atenção, esquece coisas rotineiras ou deixa de fazer coisas importantes, parece não ouvir quando se fala com ela, tem dificuldade de organização e não enxerga detalhes. Freqüentemente perde objetos e não suporta atividades que requeiram esforço mental prolongado.
Ambas podem, ainda, apresentar dificuldade para terminar uma tarefa, para respeitar limites e regras, para dormir e para relacionar-se. Algumas crianças não suportam frustrações e, por conseqüência, frustram-se muito; outras não avaliam o perigo, não aprendem com os erros do passado e são difíceis de agradar. Há, também, as que são agressivas, inflexíveis e com percepção sensorial baixa. Muitas crianças têm dificuldades com a aprendizagem e com as tarefas escolares.

O diagnóstico: como avaliar?

Para se chegar a um diagnóstico satisfatório, é necessário que a criança apresente pelo menos seis dos sintomas acima relacionados, em ambientes diferentes como casa, escola, clube, casa de parentes, etc., e que os sintomas tenham aparecido antes dos sete anos de idade.
O encaminhamento para um neuropediatra é imprescindível para isolar outras possibilidades diagnósticas como depressão, ansiedade, conduta destrutiva, e outros diagnósticos. Paralelamente ao exame médico, busca-se entender as queixas da família e as queixas da escola. Algumas crianças já têm atendimento psicológico, outras necessitarão desse atendimento.
Precisamos tipificar a dinâmica familiar da criança: a qualidade das relações parentais e filiais, o exercício da autoridade, a divisão de tarefas domésticas, a circulação do conhecimento, o lugar de cada um na família, assim como é imprescindível conhecer o seu contexto educacional: o colégio e a metodologia adotada por ele, as exigências acadêmicas, o tipo de atividades propostas pelos professores, como trabalham os conteúdos, o tempo destinado a cada aula, como lidam com a indisciplina e o tipo de avaliação de desempenho escolar.
Como o TDAH é considerado um distúrbio biopsicossocial que atinge de 3% a 5% as crianças em idade escolar, e preferencialmente meninos, o seu conhecimento e a existência de um plano estratégico construído para cada criança é diferencial determinante no tratamento. Muitas famílias acreditam que, com a maturidade, o déficit desapareça e optam por aguardar “que essa fase passe”. No entanto, o mais comum é persistir a dúvida, apesar do diagnóstico quanto à forma mais eficaz de trabalhar com a criança, ou até mesmo, duvidar da veracidade das informações e dos sintomas listados, “Se estivesse interessado, lembraria....” ou ainda, “Isso para mim é pura irresponsabilidade...”
O diagnóstico é clínico e não existem exames laboratoriais para detectar o déficit, portanto, é importantíssimo um conjunto de observadores atentos e criteriosos voltados ao objetivo de avaliar cada criança em suas especificidades.
É ponto de concordância que avaliar é necessário para que possamos entender e atender com competência a criança com TDAH, no entanto, não é raro a escola ou a família receber o diagnóstico e não saber o que fazer com ele. Não basta termos o diagnóstico em mãos, é necessário avaliarmos a situação sob o ponto de vista biológico, social e acadêmico. É importante destacar que a TDAH tende a perdurar ao longo da vida, ou seja, ela pode ser controlada, mas os adolescentes e adultos também sofrem as suas manifestações, principalmente se não forem tratadas.
No diagnóstico clínico, o neuropediatra dará as informações da situação orgânica da criança, mas geralmente a queixa aparece por uma necessidade escolar ou de relacionamento.
Nessa perspectiva, a avaliação visa reorganizar a vida escolar e doméstica da criança e do adolescente e, somente neste foco ela deve ser encaminhada. Vale dizer que fica vazio o pedido de avaliação apenas para justificar um processo que está descomprometido com o aluno e com sua aprendizagem. “De fato, se pensarmos em termos bem objetivos, a avaliação nada mais é do que localizar necessidades e se comprometer com sua superação” (VASCONCELOS, 2002, p 83 ).
Devemos ter muito cuidado ao avaliarmos uma criança, pois a hiperatividade está “em moda”. Todas as crianças agitadas são chamadas de hiperativas, o que, na grande maioria das vezes, não é verdade. A falta de limites e da presença de pais e professores educadores e disciplinadores pode vir a confundir e a rotular, inadequadamente, crianças e adolescentes que, de fato, não precisam de medicamentos, mas da presença de adultos comprometidos com sua formação e desenvolvimento.

O insucesso escolar

As crianças com TDAH, em sua maioria, até sabem o que deveriam fazer, mas devido à inabilidade de controlarem-se, não agem como sabem que deveriam – agem antes de pensar! Vale dizer que elas sabem que deveriam prestar atenção na aula, mas não prestam, levantam-se apesar de saberem que não deveriam levantar.
O TDAH não afeta a inteligência da criança, mas a sua aprendizagem. Na maioria dos casos, as crianças e adolescentes tem uma boa ou até meso excelente condição de aprendizagem, fato que se dissocia das produções escolares que chegam a ser medíocres, em muitas situações.
Na escola, por exemplo, se é dado um exercício com uma seqüência de operações, muito possivelmente ela consiga fazer as duas primeiras e depois não veja as próximas, ou esqueça algum sinal. Na leitura de um enunciado, ao chegar ao final não lembra do que leu e afirma não ter entendido, ou ainda, esquece o que leu. Se for impulsiva, responde algo que lhe vem na mente naquele momento. Ao ler um livro, depois de ter lido umas dez páginas não sabe do que está tratando o livro. Em um teste escrito, poderá responder às questões da primeira página e entregar sem perceber que o teste continuava no verso da folha. Basta um cachorro latir lá fora para essa a criança ou adolescente perder a sua concentração. É o tipo de criança que, quando se dá conta, já fez o que prometeu não fazer, já perdeu a explicação que precisava tanto, já brigou, enfim...
Em casa necessitam de ajuda para fazer as lições, têm suas coisas em desordem, não sabem o que é para fazer ou estudar, esquecem a agenda na escola, levantam-se para pegar um copo de água e não voltam para suas tarefas...
Nesse cenário, o insucesso escolar fica vinculado à compreensão que se tem do papel da escola. Se entendermos que o papel da escola é construir conhecimento com “todos” os alunos, certamente os profissionais da escola procurarão formas de promover aprendizagens. A rigidez da escola pode gerar, além do fracasso escolar e do sentimento de incapacidade, uma situação emocional desfavorável à aprendizagem, gerando baixa auto-estima e desestimulando e dificultando, ainda mais, a aprendizagem da criança ou do adolescente. Não é raro um aprendiz apresentar-se dizendo: “Sou burro para os estudos.”Igualmente importante e, talvez até mais determinante, é a rigidez da família ao não aceitar seu filho como ele é e entender que cada um de nós tem suas dificuldades e pontos a serem superados. Respeitar e apoiar o aprendiz em seus propósitos de desenvolver-se é fundamental no caso das crianças hiperativas.

Como intervir?
Não basta termos um diagnóstico adequado e nem a escola propor-se a adequar estratégias metodológicas para que a criança ou o adolescente consigam aprender e se instrumentalizar academicamente.
É importante reunir, para conversarem, os profissionais que atendem a criança, a família e os professores e coordenadores pedagógicos da escola que freqüenta, para que seja traçado, para cada caso, uma linha de ação em termos de responsabilidades da escola, da família e dos profissionais que lidam com a criança. O que deve permear essa reunião é a coerência entre as diferentes propostas e possibilidades concretas de se realizar o que se propõe.
A escola assume o papel pedagógico do processo, no entanto, respaldada pelos profissionais que atendem a criança e validado pelos pais. Os pais montam estratégias domésticas, orientados pelos profissionais e validados pelos professores da escola. E os profissionais traçam objetivos que atendam às demandas dos pais e dos professores. Todos devem se reunir sistematicamente para avaliar a evolução e reprogramar estratégias.
Para cada criança ou adolescente deve-se estabelecer uma estratégia diferente que esteja em consonância com os objetivos e queixas dos pais e professores. Para cada escola um tipo de atendimento e de trocas. Com isso queremos dizer que não existe receita e nem uma proposta de “comece por aqui”, mas uma forma de entender e atender a cada uma das crianças, individualmente.
Entendemos como o mais importante, a disposição dos pais em modificar comportamentos e hábitos, ou seja, sair da queixa, entendendo que todos devem mudar juntos para continuarem sendo família. Também é primordial a escola abrir-se para esse “multidiálogo” até conseguir acertar uma forma de atingir a criança e motivá-la a trabalhar. Certamente que não se acerta de primeira, que é preciso persistir, conversar, tentar novamente, reavaliar e continuar estudando.
Entendemos que o grande objetivo da escola e da educação é construir sujeitos aprendizes, autores de sua vida e resilientes para promoverem aprendizagens e enfrentarem suas dificuldades.
Temos de nos reunir, em posturas de parceria de modo que todos se voltem ao ajustamento de procedimentos que viabilizem o desempenho acadêmico e social das crianças que apresentem dificuldades com sua aprendizagem. Entendo que uma família ou uma escola que tem uma criança ou adolescente com TDAH não tem um problema, mas uma situação para administrar. Porém, se não for encarada com seriedade, competência e sensibilidade, aí sim, pode vir a tornar-se um transtorno em suas vidas.

Urge passar à ação, assumindo a idéia de que o desenvolvimento de capacidades de desenvolvimento no sentido de tornar as pessoas e as organizações mais resilientes é uma prioridade na formação do novo cidadão. Mais é um imperativo social e comunitário não só a nível local, mas também regional e global, planetário. O mundo está a ficar demasiado rígido e intolerante, autoritário, ditaturial, para defender os interesses egoístas de um número cada vez mais reduzidos de privilegiados face à grande maioria dos que vivem com dificuldades, desprotegidos, e, até, em extrema pobreza, miséria e outras formas de exclusão.
(Tavares, 2001, p.63)

É nesse quadro que proponho a avaliação psicopedagógica e o planejamento de uma intervenção multidisciplinar, pautada no compromisso de promover desenvolvimento, auto-estima e condições de maturidade emocional para resolver problemas e amadurecer o ser cognoscente.

Referências bibliográficas:

FERNÁNDEZ, A O saber em jogo A psicopedagogia propiciando autorias de pensamento. Porto Alegre, Artmed, 2001.

Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais – DSM-IV-TR, da Associação Psiquiátrica Americana.

TAVARES, J. Resiliência e Educação. São Paulo: Cortez, 2001

VASCONCELLOS, C. Avaliação da aprendizagem: construindo uma práxis. In: Temas em educação - I Livro da Jornadas de 2002. Futuro Eventos.
[1] Fonte: site www.hiperatividade.com.br

Acesso de raiva. É possível evitar?


O executivo procura uma pasta contendo documentos importantes, mas não a encontra. Consulta uma funcionária e ela explica que a secretária, recém-demitida, guardara em algum lugar, mas que ninguém sabe. Os documentos são importantes, porque significam a memória viva da firma, são, por isso mesmo, importantíssimos.Sem perceber a importância, a funcionária insiste em minimizar a situação, então o empresário acaba explodindo, sem conseguir conter a indignação, transformada, imediatamente em raiva.Afinal, quem nunca se sentiu no limite, a ponto de explodir por qualquer motivo? Nessa hora, o coração dispara.Mas o ideal, como em quase tudo na vida, é o equilíbrio. Segurando as rédeas de nossas emoções, nos tornamos mais intuitivos, sagazes. Passando a usar a sensibilidade a serviço do sucesso, fazendo dela uma arma poderosa. Em contrapartida, o excesso de tensão, típico dos temperamentos instáveis, bloqueia a capacidade de compreender, e dificulta a resolução dos problemas mais banais.Existe o contraponto ao temperamento do empresário que explode porque uma pasta com documentos importantes simplesmente sumiu. É o da funcionária, que não se contém e chora, enxugando as lágrimas com um único lenço encontrado no fundo da bolsa. Encosta a cabeça nas costas da poltrona da frente para não afogar as lágrimas nos ombros do colega ao lado. Tudo isso além da reprovação dos outros colegas, irritados com os suspiros e soluços.Tudo bem. Você seria insensível se não derramasse uma lágrima sequer assistindo ao filme. Mas chorar diante de um quadro, ao ouvir determinada música, com um anúncio de TV ou ao cruzar com aquele mendigo que corta seu caminho todas as manhãs, fazendo-a sentir-se culpada pelo resto do dia, mesmo que jamais dê uma esmola. Isso pode ser excessivo.“Coisa que antes eram consideradas de fontes de alegria, como casa, marido, filhos, amigos e trabalho, passam a ter um peso insuperável, lamenta a empresária Júnia, 36 anos, casada e que sofre de instabilidade afetiva (designação equivalente para a hipersensibilidade) há três anos. Ela conta que não consegue assistir a uma cena “mais forte” na televisão - e não está se referindo à guerra no Iraque - sem desabar. Uma situação “normal”para a maioria das pessoas pode representar um rio de lágrimas para Júlia: “Pareço uma criança, me sinto ridícula”.Para a psiquiatra e psicanalista Evelyn Vinocur, em linguagem científica, o mal de Júlia tem uma causa: labilidade afetiva. Ou seja, instabilidade afetiva, que se caracteriza por rápidas mudanças emocionais em questão de minutos, ou até segundos. Doença/ frescura? A fronteira entre os dois lados é sutil. Cada caso é singular. Mas sempre que houver prejuízo na qualidade de vida é preciso agir rápido.Uma das alternativas para se sentir melhor é surfar sobre as emoções como se surfa sobre as ondas. Relaxe, conte até 10, tente tomar consciência da confusão (angústia ou alegria) que a domina, e questione a gravidade da situação. Respire calmo e profundamente. Diga para si mesmo que você e quem detém as rédeas das próprias emoções, e não o contrário.Aquele que deveria ser o melhor aniversário de Larissa foi o mais lamentável. Na festa de seus 30 anos, ela causou um grande mal-estar. Mirian, sua melhor amiga, convidou, sem avisar, 20 antigos colegas de colégio, para que cantassem “Feliz Aniversário”. Os pobres coitados se transformaram em uma turma a ser evitada dali para a frente. Ficaram constrangidos com sua fuga intempestiva para o quarto. A surpresa desmoronou-a.Neste tipo de situação, as pessoas muito sensíveis são tomadas por uma “diarréia emocional”. A barragem que retinha as emoções é rompida e todo cuidado é pouco para evitar uma inundação.Marianna, de 18 anos, nunca suportou o novo. Era tomada por um sentimento de apreensão, taquicardia e enrubescimento sempre que era abordada por um rapaz nas festas. Isso também acontecia quando era submetida a uma avaliação, qualquer que fosse. “Tinha uma sensação de congelamento. Parecia que as pernas estavam congeladas, bem como a mente. Ficava boba, sem reação”, conta.Ela não conseguiu concluir o exame do vestibular. Passou mal antes de responder a todas as questões e acabou reprovada. A psiquiatra Evelyn Vinocur acredita que Marianna sofre de ansiedade social. Um transtorno que gera a sensação difusa e desagradável de apreensão que precede qualquer compromisso social novo ou desconhecido. “A pessoa tem a consciência dos sintomas físicos e percepção de estar nervosa diante de uma situação social. Tal sentimento é paralisante e fonte de intenso sofrimento”.Casada, feliz, dois filhos, toda vez que passa o domingo na casa dos pais, Andréa reage a qualquer observação deles aos gritos. A mãe arrisca uma opinião sobre a aparência das crianças, do tipo “elas não estão um pouco magras?” A resposta é uma torrente de desaforos. Ou seja diante de qualquer comentário irritante, seu grau de tolerância é zero, o que faz uma adolescente de 14 anos parecer mais adulta e equilibrada do que ela. É normal ficar irritada com os pais. A relação com eles parece um jogo de guerra: comenta algo, eles replicam, contra-atacam As emoções ficam ainda mais fortes se estiverem condicionadas a lembranças passadas. Em resumo, aos cinco ou 35 anos, as pessoas continuam a sonhar com os pais ideais e ficam irritadas quando não correspondem às suas expectativas. Mas é preciso crescer, perdoar...Mas o primeiro passo para resolver o problema é afastar a idealização. Não esperar nada. Em vez de chegar a casa deles com a esperança que tenham mudado, afirmar a si mesma que tudo vai começar, ainda e sempre. Não adianta tentar. Tente, sim, ter uma visão estratégica, que consiste em antecipar reações. Isto é fácil porque são sempre as mesmas. Use uma tática diferente; se eles dizem alguma coisa, faça um comentário gentil, capaz de desarmá-lo. Desarme-se também.Não confunda as situações descritas com as que ocorrem somente em períodos de ansiedade, depressão, inquietude, falta de sono e disfunção sexual, que fazem parte da vida de todo mundo. Quem, por exemplo, não passou por uma enorme dor-de-cotovelo ou teve vontade de sumir do mapa depois de uma discussão séria?Fatores como insatisfação no trabalho, brigas familiares, separação, dificuldades financeiras, alterações hormonais interferem no bem-estar.Vários são os fatores em que a pessoa busca seus próprios recursos internos para manter o equilíbrio. Se você é uma delas, ótimo. Esse é o caminho. Mas se não consegue melhorar sozinho, não hesite em procurar um especialista. O diagnóstico preciso já representa um ganho de 50%, no tratamento, que pode ser através de psicoterapia, acupuntura, florais - para quem prefere alternativos.Só não pode é sofrer à toa. Ninguém merece, afinal.

10 dicas para você ser aprovado em provas e concursos públicos. Desenvolva a sua memória de longo prazo a favor do estudo.


10 dicas para você ser aprovado em provas e concursos públicos. Desenvolva a sua memória de longo prazo a favor do estudo.

1- Foque ativamente a atenção na matéria que você está estudando.
2- Estabeleça sessões regulares de estudo. Não se “empaturre” de conteúdos.
3- Estruture e organize a informação que você está estudando.
4- Use fórmulas mnemônicas.
5- Ensaie e treine a informação que você está estudando.
6- Relacione novas informações a temas que você já sabe.
7- Visualize conceitos para melhorar sua memória.
8- Ensine novos conceitos a outras pessoas.
9- Preste atenção redobrada a conteúdos mais difíceis.
10- Varie a sua rotina de estudo.

1- Focar ativamente a atenção no conteúdo que você que aprender é a dica. Assim, todas as informações importantes passam da sua memória de curto prazo para a de longo prazo. Procure locais sem agentes distratores.
2- As pesquisas mostram que o estudo através de algumas sessões te proporciona o tempo necessário que você vai precisar para processar adequadamente a informação. Alunos que estudam com regularidade a matéria, se lembram muito melhor dela o que os que estudam tudo em verdadeiras “maratonas”, em um só dia.
3- Os pesquisadores mostram que a informação é organizada em departamentos (clusters). Tente agrupar conceitos e termos similares e conteúdos que tenham relação entre si. Listar seus títulos também ajuda.
4- Irão te ajudar a lembrar informações ou segmentos específicos. Você pode associar um termo a ser lembrado com um item que você tenha familiaridade. Rima, música, anedota, imagem e novidades são algumas estratégias mnemônicas usadas com sucesso.
5- Para fixar a memória, você precisa decodificar o conteúdo do estudo dentro da sua memória de longo prazo. Os ensaios elaborados são a melhor maneira de você fazer isso. Assim: você lê a definição do termo-chave, estuda a definição do termo e depois leia uma descrição mais detalhada do significado do termo-chave. Após repetir esse processo algumas vezes, a sua memória vai ficar “tinindo”...
6- Quando você estiver estudando conteúdos não familiares, tire um tempo para pensar sobre como essa informação está relacionada a assuntos que você já conhece e sabe. Estabelecendo relações entre novas idéias e memórias previamente existentes, você pode aumentar dramaticamente a probabilidade de se lembrar de conteúdos recentemente estocados.
7- Preste atenção a fotos, esquemas, tabelas e gráficos no texto que você está estudando. Você pode criar as suas próprias visualizações mentais. Desenhe tabelas ou figuras nas margens de suas anotações e use canetas marca-textos de cores diferentes. Cada cor para um determinado conteúdo.
8- Ler textos em voz alta aumenta significativamente a memória para aquele conteúdo. Psicólogos e Educadores afirmam que ter alunos realmente gera o ensinamento de novos conceitos a outras pessoas e aumenta o entendimento e a memória. Pratique com amigos ou colegas de estudo.
9- Você já reparou como as vezes é bem mais fácil lembrar de informações que estão no início ou no final de um capítulo? Pesquisadores descobriram que a posição da informação pode fazer a diferença na memorização. É o que se chama de Efeito de posição em série. Enquanto se lembrar de conteúdos que estão no meio de um texto pode ser mais difícil, você pode superar esse problema através de ensaiar ou reestruturar essa parte mais difícil, fazendo com que ela se torne mais fácil de ser lembrada. Sempre que você se deparar com partes difíceis, devote um tempo extra para memorizar esse conteúdo.
10- Outra grande estratégia para alavancar a sua memória é mudar a sua rotina de estudo ocasionalmente. Mude o lugar de estudo, o período do dia, tente usar alguns minutos de cada manhã para fazer uma revisão da matéria que você estudou no dia anterior. Acrescentando uma novidade à sua sessão de estudo, você incrementa a eficácia de seu empenho de modo significativo, bem como a sua memória de longo prazo.
Torne-se um vencedor de seus próprios propósitos!
(de Learn how to learn).

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009


Classificação das depressões

A depressão é um problema particularmente complexo, não só devido ao conjunto de numerosos sintomas associados, mas também à intensidade variável com que pode manifestar-se. Para fazer frente a esta complexidade, os psiquiatras tiveram de estabelecer uma classificação, levando em consideração que o rigor e a precisão do diagnóstico são imprescindíveis para a escolha do tratamento mais adequado. Como classificar? Durante muito tempo, a depressão foi encarada ou como uma doença mental de origem orgânica ou como um distúrbio psicológico, fruto dos acontecimentos da vida e da personalidade. Esta forma dupla de encarar o problema deu origem a dois tipos de erros. O primeiro consiste em abordar a depressão de um ponto de vista exclusivamente biológico e considerar os aspectos psicológicos circunstâncias acidentais. Neste caso, corre-se o risco de limitar o tratamento à administração de medicamentos, sem prestar atenção aos problemas psíquicos nem à psicodinâmica dos sintomas, ou seja, à história e evolução ou ao desenvolvimento desses sintomas e ao papel que desempenharam na vida da pessoa com depressão. No outro extremo, pode acontecer que alguns especialistas neguem a intervenção de fatores biológicos e se centrem apenas na análise psicológica. Embora esta abordagem – que consiste, essencialmente, em compreender e reinterpretar a história pessoal – seja sempre útil, se for a única, acaba por ser ineficaz em inúmeros casos de depressão. Na realidade, o debate entre estas duas abordagens opostas é reflexo de uma certa dificuldade em aceitar a idéia de que a ação humana depende tanto do funcionamento do corpo (o biológico) como das vivências psicológicas, fruto do intercâmbio do indivíduo com o mundo exterior. As classificações mencionadas a seguir são apenas modelos explicativos. Trata-se de conceitos elaborados a partir das diferenças observadas na experiência clínica, que facilitam o diagnóstico e cujo objetivo principal é a escolha do tratamento mais eficaz. Sendo assim, a classificação da depressão pode ser baseada na origem do distúrbio depressivo, sendo denominadas depressões endógenas e exógenas. Depressão endógena A depressão pode estar ligada a fatores constitucionais e, por isso, ser de origem orgânica. Por esse motivo, surge com maior freqüência em algumas famílias do que em outras, o que parece demonstrar a influência da herança genética. Atualmente, está praticamente comprovado que certas perturbações bioquímicas do cérebro têm um papel fundamental nesta doença. A depressão endógena surge sem causas que a desencadeiem, ou seja, sem motivos ou acontecimentos externos que possam justificar o seu aparecimento. Mesmo quando o paciente se refere a fatores externos, estes parecem insignificantes face à gravidade da depressão. Para o doente, o seu estado torna-se inexplicável. É possível que esta depressão desapareça por si só (fenômeno de remissão espontânea). Neste caso, o paciente recupera o seu estado, tal como estava antes do início da fase depressiva. Contudo, também pode ocorrer uma recaída. Algumas pessoas podem mesmo sofrer vários episódios depressivos por ano, fazendo com que o desespero e o sofrimento moral do doente sejam cada vez mais intensos. Formas de depressão endógena A depressão endógena pode apresentar-se de duas formas: 1 – Unipolar, na qual apenas um estado se manifesta, caracterizado por: – perda de peso (o doente recusa-se a comer); – insônia ou hipersonia; – agitação ou lentificação psicomotora; – perda de interesse e de prazer pelas atividades habituais; – fadiga constante; – sentimento de indignidade e culpa e, por vezes, convicção de não ser possível curar-se; – redução da capacidade de pensar e de se concentrar. 2. Bipolar, que é o episódio depressivo que ocorre nos portadores do transtorno bipolar do humor, muito menos freqüente do que a depressão unipolar, afetando apenas um por cento da população brasileira. O estado de humor pode oscilar em fases, do indivíduo alterna do depressivo ao maníaco (ou eufórico) (daí este distúrbio ser conhecido no passado como psicose maníaco-depressiva e hoje o termo psicose foi abolido porque o paciente fora das crises volta ao seu padrão de funcionamento normal, o chamado “restitutium ad integrum”), e por isso hoje ele é chamado de Transtorno Afetivo do Humor, Transtorno do Humor ou Transtorno Bipolar do Humor, seguindo um ciclo específico que depende de cada pessoa. Na fase maníaca, o paciente sente-se onipotente, em plena forma, demonstrando um otimismo pouco realista e exagerado e tem projetos em abundância, na maioria das vezes impossíveis e caóticos. São freqüentes os gastos excessivos, uso abusivo de álcool e/ou drogas, podem ficar hipersexualizados e normalmente infligem leis e normas sociais. A família pode se queixar de sua atividade frenética e desordenada, bem como de hostilidade e falta de sentido da realidade, a qual pode conduzi-lo às idéias mais extravagantes. Depois, o doente cai num estado depressivo, cuja dor moral se torna mais intensa a cada recaída. Quase todas as pessoas que sofrem de perturbação transtorno bipolar têm, nos seus antecedentes familiares, parentes que também passaram por este tipo de distúrbio, o que parece demonstrar a existência de um fator genético. Tratamento da depressão endógena Normalmente, a depressão endógena responde bem aos seguintes tratamentos: - antidepressivos da classe dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina – ISRS - estabilizadores do Humor – como o lítio, divalproato de sódio, carbamazepina, topiramato (atualmente tem sido recomendado a associação de estabilizador de humor nos casos de depressão unipolar). - antipsicóticos de preferência os atípicos (menos efeitos colaterais) para depressões unipolares que cursam com sintomas psicóticos - quetiapina, risperidona, olanzapina, aripiprazol ou os típicos – haloperidol, trifluoperazina e outros. - ECT – eletroconvulsoterapia – para depressões gravíssimas e refratárias a todos os antidepressivos prescritos. É feito em ambiente hospitalar com anestesia geral e seu efeito é maravilhoso. Muito indicado para idosos deprimidos graves e gestantes. Risco de suicídio – hospitalização com acompanhamento as 24hs do dia, além de antidepressivos, estabilizadores do humor, antipsicóticos e eventualmente ECT. Transtorno Bipolar do Humor – - fase depressiva os mesmos psicofármacos para as depressões unipolares, dando prioridade aos estabilizadores do humor. Só entrar com antidepressivo e antipsicótico se for realmente necessário. O anticonvulsivante Lamotrigina tem sido usado com sucesso ultimamente para os casos de depressões unipolares. - fase maníaca – - estabilizadores do humor – Lítio (padrão-ouro) para todos os casos, mas para os cicladores rápidos damos preferência para o divalproato de sódio, carbamazepina, oxcarbamazepina, topiramato. - antipsicóticos de preferência os atípicos – ver listagem acima. – antidepressivos, como os tricíclicos, os inibidores da monoaminoxidase não se usam há mto tempo. ou os inibidores seletivos de recaptação da serotonina; – choques elétricos ou terapia eletroconvulsiva, nos casos em que o recurso da medicação não é eficaz ou quando se trata de depressão severa, com elevado risco de suicídio; [nossa, isso ainda existe???] – lítio, para as perturbações [transtornos?] bipolares. Além da intervenção mais biológica, também é recomendada, em paralelo, a psicoterapia, principalmente as terapias interpessoais e a cognitivo-comportamental, que, segundo diversos estudos, são as mais eficazes. Estes tipos de intervenções são particularmente úteis, por aumentar a adesão ao tratamento com medicamentos. Porém, as psicoterapias não têm sido consideradas eficazes para tratar, isoladamente, as perturbações [ os transtornos bipolares. Seja qual for o tratamento, deve ser suficientemente longo para que o doente possa recuperar completamente o equilíbrio, como veremos com mais detalhes no Capítulo 6. Depressão exógena ou reativa Este tipo de depressão surge como conseqüência de um acontecimento traumático ou choque emocional: morte de um ente querido, divórcio ou separação, desemprego, decepção ou rompimento sentimental, mudança de ambiente, etc. Nestes casos, a depressão está ligada à perda de um objeto de amor, que pode significar a perda de uma pessoa querida ou de bens materiais, uma mudança profissional ou de residência, etc. A imensa tristeza que resulta deste tipo de situação é o luto, sendo este uma reação normal e, inclusive, necessária para se poder superar a perda. Um luto entre seis meses e um ano é considerado normal – tudo depende da importância que o objeto de amor tinha aos olhos do indivíduo, bem como da intensidade e do tipo de amor que este último sentia. Em relação ao amor perdido também pode se entender a própria auto-estima. Assim, como acontece hoje com freqüência, a perda do emprego e a situação de inatividade são acontecimentos que privam o indivíduo de uma razão de viver e diminuem as suas responsabilidades e rendimentos, obrigando-o, em certos casos, a aceitar uma situação profissional ou social menos favorável. Outro exemplo: a aposentadoria, sobretudo quando antecipada, pode constituir uma perda de auto-estima e de valor pessoal. Nesse caso, muitas vezes, o fato de não trabalhar é encarado como sinônimo de inutilidade e o aposentado se sente com o ego ferido. Assim, o luto é uma reação mais ou menos patológica, embora compreensível, diante de um acontecimento objetivamente traumático. Mas a maioria das pessoas afetadas acaba recuperando o equilíbrio, com ou sem ajuda exterior. Pelo contrário, o luto resultante de uma personalidade menos equilibrada ou, simplesmente, frágil será um luto mal assumido, que pode desencadear uma depressão. Alguns anos mais tarde, a tristeza ainda é tão intensa e profunda como no início, a vida não anda para frente e, além disso, pode instalar-se um autêntico culto obsessivo pelo objeto de amor perdido. É um fenômeno freqüente nas pessoas idosas que perdem o seu cônjuge e ficam sozinhas. Normalmente, já não têm o impulso vital necessário para superar a crise e desenvolver outras relações humanas. Em geral, neste tipo de depressão, as psicoterapias interpessoais e as cognitivo-comportamentais são eficazes. De qualquer modo, em função da gravidade da depressão, o recurso a medicamentos, como os antidepressivos de que falamos, pode ser útil, quando combinado com a psicoterapia. Depressões primárias e secundárias A depressão denomina-se primária quando surge isoladamente e secundária quando o episódio depressivo resulta de: – outra doença, como câncer, mal de Parkinson, mononucleose, etc. De uma forma geral, a adaptação a doenças crônicas, principalmente quando acompanhadas de dor ou perda progressiva de capacidades, pode resultar em depressão; – algum traumatismo, como uma mutilação, paralisia ou cegueira; – uso de certas substâncias, como drogas ou medicamentos. Outras classificações de depressão Dependendo dos sintomas, da duração e da intensidade, a depressão varia entre uma alteração de humor, no sentido negativo, de leve a moderada (distimia – veja a página 84), e a depressão maior, podendo até haver características mais psicóticas, como delírios ou alucinações auditivas. As depressões podem ainda ser classificadas em: – crônicas, quando os sintomas se mantêm, no mínimo, durante dois anos; – atípicas, havendo, neste caso, melhorias no humor ou até euforia em conseqüência de acontecimentos positivos. No entanto, são acompanhadas por, pelo menos, dois dos seguintes sintomas: perda de peso, aumento de apetite, excesso de sono e sensação de pernas e/ou braços pesados. Quanto ao momento em que surge a depressão, destacam-se: – a depressão pós-parto. Esta é relativamente comum nas mulheres e pode começar dentro de um período de uma a quatro semanas após o nascimento de um filho; – a perturbação depressiva pré-menstrual ou tensão pré-menstrual - Na semana que antecede a menstruação, podem ocorrer sintomas de depressão que interferem com as atividades do dia-a-dia, mas que desaparecem alguns dias após o início da mesma; – a depressão sazonal. Surge no início de um período do ano e desaparece no seu final. É mais comum no outono ou no inverno, quando os dias começam a encurtar. BOX 1 Um exemplo de depressão endógena P. é uma mulher de 42 anos, mãe de quatro crianças. De repente, já não consegue cuidar da casa, não dorme nem come, sente-se completamente desesperada e não pára de chorar. Algum tempo depois, perde as forças e mantém-se em silêncio, passando dias inteiros na cama. A família não entende o que se passa, já que, aparentemente, não ocorreu nenhum episódio doloroso que pudesse justificar uma depressão, e pede para que P. seja internada. Após um tratamento com antidepressivos, o ânimo de P. começa a mudar. Escreve cartas ao marido, bem como a outros membros da família, queixando-se de que, por ser muito submissa, permitiu que fosse explorada. Acrescenta que “a partir de agora, acabou” e que quer ir a Paris para ser alguém, pois sente que é uma grande artista. Por outro lado, revela-se irritável, fala muito e desenvolve uma atividade febril. A sua família fica surpresa, porque, até então, P. era uma pessoa relativamente apática. A instituição onde está hospitalizada diagnostica uma psicose maníaco-depressiva Transtorno Bipolar e lhe administra sais de lítio. Na primeira alta do hospital, ela gasta dinheiro exageradamente e dilapida o orçamento da família para renovar o seu guarda-roupa. O ataque de depressão que se segue a este episódio começa de forma brutal, sem fatores que o desencadeiem. Depois, dá-se um novo episódio de mania. BOX 2 Um exemplo de depressão exógena ou reativa G. é uma idosa de 84 anos que sofre de catarata. A sua visão deficiente já não lhe permite passear a seu bel-prazer pela pequena cidade onde vive e conhece toda a gente. Mora com as duas filhas (uma é inválida e a outra, solteira), tem uma vida muito ocupada e passa pouco tempo em casa. G. voltou todas as suas necessidades afetivas para o cão que a acompanha há 18 anos, com quem fala e que a segue para todo o lado, mesmo quando anda pelas várias divisões da casa. O animal parece querer protegê-la e avisá-la dos obstáculos, como um cão-guia. Quando o cão morre, a tristeza de G. é imensa e custa a diminuir. A sua família propõe-lhe comprar um cachorrinho, mas a idosa não aceita. Em pouco tempo, G. começa a se fechar em si mesma. Das poucas vezes em que fala, evoca a perda do cão, do qual ainda não conseguiu se despedir. A sua família não consegue entender este tipo de reação. Na verdade, é muito freqüente, principalmente em pessoas idosas que vivem sós ou num ambiente difícil, que se produza um apego muito forte, até exagerado, a um animal de estimação. Tratando-se de um objeto de amor, a sua perda pode conduzir à depressão. BOX 3 Um exemplo de depressão secundária A. é uma jovem que vive com o marido e a filha. Devido às dificuldades que tem em andar, consulta um médico e se submete a exames detalhados. Assim, descobre-se que A. padece de uma doença muito rara, progressiva, irreversível, incurável e que a deixará parcialmente incapacitada: uma miopatia progressiva ou degenerativa – uma degeneração dos músculos, o que explica as suas dificuldades motoras. Quando tem conhecimento da natureza da sua doença e do fato de ser incurável, A. entra em depressão, ainda mais quando os sintomas evoluem muito rapidamente. A jovem começa a ter medo de cair ou de ficar paralisada de repente, no meio da rua. Por isso, pede ao marido que a acompanhe para todo o lado, coisa que ele faz sem hesitar. Contudo, os receios de A. aumentam progressivamente, convertendo-se numa autêntica agorafobia (fobia a espaços abertos). Ao tomar consciência do seu estado, a jovem decide finalmente seguir uma psicoterapia. Pela primeira vez, consegue chorar e lamentar-se, já que diante do marido e da filha tenta controlar-se, para que não percebam seu desespero. Considera-se incapaz de aceitar a transformação do seu corpo e de ver como este vai se tornando algo disforme e esquelético, quando antes tinha sido bonito e harmonioso. A idéia de perder a sua imagem de mulher, a sua feminilidade, faz com que sofra intensamente. Além disso, teme que o marido se canse de uma mulher doente e feia, que deixe de amá-la e comece a desejar outros corpos mais vivos e sãos. Apesar de a relação do casal sempre ter se baseado na confiança, A. surpreende-se vigiando o marido e sentindo ciúmes. Contudo, não se atreve a falar sobre os seus sentimentos, porque os considera mesquinhos e egocêntricos. A jovem fica cada vez mais deprimida, deixa de conseguir dormir, come pouco e evita o contato e encontros com outras pessoas. Ao perder os pontos de referência da sua feminilidade, A. perde também a sua identidade: não sabe quem é nem onde quer ou pode chegar. Por vezes, já se dá como morta e preocupa-se muito por causa da filha. A terapia ajuda-a a compreender que, além da miopatia, ela está desenvolvendo outra doença: a depressão. Mas esta última pode ser tratada, desde que não desista de lutar, combatendo a doença

domingo, 15 de fevereiro de 2009

DEPRESSÃO - ONDE PROCURAR AJUDA ADEQUADA NA INTERNET?


ENDEREÇOS - SITES - IMPORTANTES:
http://www.sosdepressao.com.br/

http://www.ufrgs.br/psiq/liebowit.pdf

http://portal.saude.gov.br/saude/

http://w3.datasus.gov.br/datasus/datasus.php?area=359A1B376C3D0E0F359G20HIJd3L24123M0N&VInclude=../site/infsaude.php

C V V – CENTRO DE VALORIZAÇÃO À VIDA –

http://www.cvv.com.br/c_historia.htm
http://www.cvv.com.br/o_postos.htm
http://www.cvv.com.br/central.htm

http://portal.saude.gov.br/portal/sas/mental/default.cfm

Links Úteis.

http://www.saude.gov.br/
http://www.ccs.saude.gov.br/
http://www.aids.gov.br/
http://www.senad.gov.br/
http://www.cebrid.epm.br/
http://www.inverso.org.br/

Casa de Saúde Saint Roman - Rua Almirante Alexandrino, 1342 / 1368 - Santa Teresa - Rio de Janeiro - Telefone: (21) 3861-8100

http://gballone.sites.uol.com.br/clinicase.html

http://www.evelynvinocur.com.br/

http://www.tdahemfoco.com.br/

http://www.terapiadosgansos.com.br/

http://www.abda.org.br/

http://www.abrata.org.br/

http://www.depression.com/

http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/depression.html

http://kidshealth.org/teen/your_mind/mental_health/depression.html

http://depression.about.com/

CAPS RIO/ESTADO RIO http://www.ccs.saude.gov.br/saude_mental/Hospitais/Rj.html

NEPAD - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, (021) 284-9741.

PAM – Centro Psiquiátrico Rio de Janeiro - RJ, (021) 263-1939

CENTROS DE ATENDIMENTOS PSIQUÁTRICOS E TB DE ATENDIMENTOS A USUÁRIOS DE DROGAS

http://www.psicoway.com.br/Internauta/BuscInst/BuscCentroAtend.htm

http://www.hcnet.usp.br/ipq/gruda/index.htm

http://www.depression-guide.com/lang/pt/depression-and-women.htm